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Adolescente baleada em SP continua em coma induzido

Médicos decidiram manter Priscila neste estado na UTI por mais 24 horas

Por Agencia Estado
Atualização:

A adolescente Priscila Aprigio, de 13 anos, continua internada na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Alvorada Moema. De acordo com o boletim médico, divulgado às 16 horas desta quinta-feira, 1º, "devido ao longo procedimento cirúrgico pelo qual a paciente foi submetida, a equipe médica do hospital decidiu mantê-la em coma induzido, por mais 24 horas, na UTI". Priscila caminhava no canteiro central da Avenida Ibirapuera para pegar um ônibus quando uma bala a acertou. Ainda segundo o comunicado, "o quadro clínico da paciente continua estável e o quadro neurológico só poderá ser definido nos próximos dias". Pelo menos seis pessoas ficaram feridas no tiroteio, pelo menos três delas vítimas de balas perdidas. Segundo reportagem do Estado, até a meia-noite de quarta-feira, 28, a polícia havia encontrado apenas um dos suspeitos de participar do assalto a banco que acabou em tiroteio na tarde de quarta em Moema, na zona sul de São Paulo. O homem foi encontrado às 18 horas no Hospital Geral Pirajuçara, em Embu, baleado com nove tiros. Na tarde de quarta-feira, a quadrilha havia dominado uma agência do Itaú, na Avenida Ibirapuera, em Moema. Os ladrões reuniam o dinheiro quando um homem de terno preto entrou no banco e caminhou em direção aos caixas eletrônicos. Viu e foi visto por um dos bandidos. O homem hesitou um instante, mas logo compreendeu o que se passava e sacou sua arma. Foi quando começou o tiroteio. Iniciado o tiroteio, o homem do terno correu para fora do banco. Foi seguido pelos ladrões, que saíram da agência. Três dos criminosos subiram em uma moto e atiraram em direção ao outro lado da avenida, de onde outros seguranças teriam revidado. No meio da linha de tiro, os ônibus e a parada Jurucê. Ação A ação dos criminosos começou pouco antes das 16 horas. Um dos ladrões entrou na área dos caixas eletrônicos e se aproximou da porta de vidro ao lado da entrada giratória. Ele pediu ao vigia que chamasse uma gerente do banco. Quando ela chegou para atendê-lo, acabou dominada, abrindo caminho aos demais assaltantes - pelo menos oito entraram. Armados também de escopeta e pistolas, eles desarmaram dois seguranças e se apoderaram de seus revólveres calibre 38. O bando se preparava para apanhar o dinheiro, quando o homem com o terno chegou. "Desconfiamos que seja um policial ou um segurança", disse o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra). Havia cerca de 30 pessoas na agência. "Eu me atirei no chão assim como todo mundo", disse a professora de estética Raquel Pionto, de 33 anos. Outras 30 pessoas aguardavam na Parada Jurucê do corredor de ônibus Santa Cruz-Capelinha. Revide Seguranças da região revidaram aos disparos dos bandidos, com fuzis e submetralhadora. Os criminosos se dispersaram pelas ruas vizinhas onde, na esquina da Macuco com a Alameda dos Arapanés, disparam na perna e na mão do advogado Fábio Ferreira Nascimento, de 28 anos, que se recusou a entregar seu Verona. Até a vidraça de um hotel, a 500 metros de distância, foi atingida. Enquanto isso, os outros bandidos fugiram a pé. Alguns entraram na Rua Macuco, uma transversal à Ibirapuera. Depois de balear o advogado no Verona, eles roubaram outro carro. Um dos ladrões feridos entrou em um Ka. O outro, que parecia ter sido atingido no pé, dominou um motociclista e obrigou-a a levá-lo na garupa. Com o intenso barulho de tiros e de carros arrancando, muitos lojistas da Rua Macuco fecharam as portas e pediram para os clientes se protegerem. "Eu estava lendo uma revista em um café quando ouvi gritos e o som de veículos batendo", diz o jornalista Nicolau Kietzmann. "Acabei de chegar do Rio, sei bem como é essa situação. Só deu para ver um criminoso, sem capuz e de camisa azul, atirando com uma metralhadora em direção às pessoas na calçada." A funcionária de um posto de gasolina conversava com colegas quando viu dezenas de pedestres correndo. "Dava para ouvir muito tiro, as pessoas estavam desesperadas", disse Maria Gorete Mouro. "Corri para a loja de conveniência do posto e me escondi atrás do balcão. Teve até um mulher que desmaiou na minha frente de tanto nervosismo."

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