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Adolescente detida fica grávida de preso em MG

Por Eduardo Kattah
Atualização:

A Corregedoria-Geral da Polícia Civil de Minas investiga as circunstâncias que levaram à gravidez de uma jovem de 16 anos quando ela esteve detida na delegacia de Pedra Azul, a 720 quilômetros de Belo Horizonte. O Tribunal de Justiça de Minas informou ontem que A.F.M., que dividia cela com duas adolescentes, teve relações sexuais consensuais através das grades com o preso F.P.S., que, devido a bom comportamento, tinha acesso aos corredores da cadeia e colaborava com a limpeza. O advogado da adolescente, Crisvone Vieira Araújo, disse que os pais de A. processarão o Estado por danos morais, cobrando indenização e pensão para a criança. Araújo entrou com pedido de liberdade provisória e alegou que A. foi seduzida. Também contestou informação da juíza de Pedra Azul, Arlete da Silva Coura, de que a mãe de A. sabia do "namoro". A gravidez foi constatada em 5 de dezembro, quando ela foi transferida para o Centro de Reeducação Social São Jerônimo, em Belo Horizonte. Segundo o TJ, a jovem tinha sido detida com as outras duas garotas em 15 de maio, por reincidir em achaque e apedrejamento de casas de homens de Pedra Azul. Caso eles não cumprissem as exigências, elas ameaçavam acusá-los de estupro. O TJ disse que a internação da adolescente na delegacia, "embora não seja a mais adequada, foi apenas temporária, um paliativo" até sua transferência para o centro de reeducação na capital - o único estabelecimento para menores infratoras do sexo feminino em Minas. Segundo o TJ, foram feitas insistentes solicitações para a transferência, mas a Secretaria de Defesa Social alegava falta de vagas. A juíza argumentou que a decisão de manter a jovem na cadeia foi tomada porque ela persistia na prática de atos infracionais - pela nota do TJ, A. já tinha sido acusada de furto, roubo e prática de prostituição. Segundo o governo mineiro, A. iniciou o pré-natal no centro de reeducação.

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