Advogado de Andinho pede reconstituição da morte de Toninho do PT

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Por Agencia Estado
Atualização:

O defensor público Silvio Artur Dias, escalado para defender Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, no processo em que este é acusado de participação no assassinato do prefeito de Campinas Antonio da Costa Santos, encaminhou requerimento à Justiça pedindo que sejam feitas novas perícias e a reconstituição do crime. Dias arrolou 10 testemunhas para a audiência de defesa, que deve ocorrer em janeiro ou fevereiro. No próximo dia 12 haverá uma audiência em que serão ouvidas pelo menos 20 testemunhas convocadas pelo juiz José Henrique Torres para esclarecer informações do inquérito policial. A Secretaria de Administração Penitenciária solicitou que a Justiça dispensasse Andinho, preso em Presidentes Bernardes, dessa audiência. Torres ainda não decidiu, mas já indicou que a presença do réu é importante. Entre as testemunhas arroladas pelo defensor estão três dos quatro acusados na primeira fase das investigações, que depois foram libertados por falta de provas. ?Há uma notável riqueza de detalhes no depoimento desses três que é impossível descartar?, alegou. Também deve ser ouvida uma pessoa que viu um homem ao lado do carro do prefeito após o assassinato. Esse homem teria atravessado a rua e entrado em um Vectra ou Ômega que estava do outro lado, conforme a testemunha. Dias quer ouvir ainda o médico legista, porque questiona a trajetória da bala descrita no laudo anexado ao processo. Por isso pediu a reconstituição do crime. A mãe de Walmir Conti, o Walmirzinho, um dos acusados do crime, morto em confronto com policiais de Campinas em Caraguatatuba menos de um mês depois do assassinato do prefeito, também deve ser convocada a depor pelo defensor. ?Esse depoimento pode trazer novidades?, disse o advogado, sem revelar detalhes. Dias afirmou ter descoberto fitas gravadas com conversas de Anderson José Bastos, o Anso, que a polícia suspeita ter sido o autor dos disparos contra o prefeito. As gravações, conforme o defensor, foram feitas com autorização da Justiça entre o início de setembro do ano passado e o dia 2 de outubro, quando Anso morreu, no mesmo confronto em Caraguatatuba. Segundo Dias, a escuta faz parte de um outro inquérito sobre seqüestro atribuído à quadrilha de Andinho e também pode trazer novas informações ao processo do prefeito. A Polícia Civil de São Paulo solicitou a abertura do sigilo bancário de Andinho para saber se há alguma relação dele com uma revendedora de carros em Nova Odessa, a Diniz Car. A Delegacia Anti-Seqüestros de Campinas já investigava essa possível ligação sob suspeita de que carros do estacionamento fossem usados pela quadrilha de Andinho para praticar seqüestros. A polícia paulistana esteve no local na semana passada e apreendeu documentos para averiguação. Em Campinas, a Promotoria Pública encaminhou ofício à prefeitura solicitando documentos sobre linhas de peruas de seis regiões da cidade. Os promotores querem saber, por exemplo, por quem eram operadas e como foram obtidas as autorizações. A solicitação foi feita depois que o detento José Márcio Felício, o Geleião, declarou ter ouvido Andinho dizer que sua quadrilha matou o prefeito porque ele queria reestruturar o setor. A Secretaria de Transportes informou que os documentos serão disponibilizados.

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