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Advogado diz que assassino de Ubiratan era pessoa próxima

O governador Cláudio Lembo afirmou que tem certeza que o crime não tem ligação com os ataques do PCC

Por Agencia Estado
Atualização:

O deputado federal e advogado do coronel Ubiratan Guimarães, Vicente Cascione, do PTB de São Paulo, afirmou nesta segunda-feira que o crime, ao que tudo indica, foi planejado por alguém do relacionamento pessoal do coronel."Acredito que o crime seja solucionado rapidamente. O assassino deve ser alguém do relacionamento dele", declarou Cascione. Em entrevista à Rádio CBN, o governador Cláudio Lembo afirmou que tem certeza que o crime não tem nenhuma ligação com os ataques ou ameaças feitas pela quadrilha que comanda o crime organizado no Estado. O governador descartou ainda qualquer tipo de ligação entre a morte de Ubiratan e o assassinato de José Ismael Pedrosa, ocorrida em outubro do ano passado, em Taubaté, no Vale do Paraíba. Pedrosa era diretor do Carandiru na época da invasão, em 1992, e foi assassinado em outubro do ano passado. Cascione ressaltou ainda que a arma utilizada no crime não foi localizada e que as duas armas do coronel estavam intactas. Ele também afirmou que não há sinal de luta corporal. "Acho que ele nem andava de carro blindado. Estava tranqüilo. Meu último encontro com ele foi há um mês". Hipóteses O delegado-geral da Polícia Civil, Marco Antônio Desgualdo, informou que a polícia não descarta ainda nenhuma hipótese na morte do coronel de reserva da PM Ubiratan Guimarães, deputado estadual pelo PTB, que foi encontrado morto às 22 horas deste domingo, 11, em seu apartamento nos Jardins, em São Paulo. De acordo com Desgualdo, a polícia não afastou a possibilidade de ter sido um latrocínio, roubo seguido de morte, crime passional ou até uma ação do crime organizado. "Não se pode descartar nada", declarou Desgualdo, durante entrevista coletiva concedida no prédio do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). Investigações A namorada de Guimarães, a advogada Carla Cepallina, de 42 anos, prestou depoimento na manhã desta segunda-feira no DHPP. Segundo pessoas próximas ao deputado, Carla, que deixou o prédio do DHPP por volta das 12 horas sem falar com a imprensa, teria sido a última pessoa com a qual Guimarães teve contato na noite do último sábado. O corpo do deputado foi encontrado no fim da tarde de domingo por dois assessores e a perícia concluída por volta das 3h30 desta segunda-feira, 11, mostrou que o deputado estava morto há mais de 20 horas. O crime ocorreu quando o deputado estava sozinho em casa, segundo o delegado-geral, Marco Antônio Desgualdo. ?Por enquanto, trata-se de homicídio de autoria desconhecida?, disse. ?As primeiras pistas não indicam envolvimento do PCC. A porta de trás do apartamento estava aberta.? Nada foi levado do apartamento - o coronel tinha R$ 180 na carteira e dois revólveres expostos no bar, perto de onde o corpo foi encontrado. O corpo do deputado está sendo velado, a portas fechadas, no Regimento de Cavalaria 9 de Julho, na Luz, centro de São Paulo e o enterro está marcado para as 15 horas no cemitério do Tremembé, na zona norte da capital. Em 2001, Ubiratan Guimarães, que comandou a ação contra a rebelião no Carandiru, onde morreram 111 presos em 1992, foi condenado a 632 anos de prisão. Em 15 de fevereiro deste ano, conseguiu absolvição no Órgão Especial do Tribunal de Justiça, alegando que houve erro no voto dos jurados. Ubiratan Guimarães estava em seu segundo mandato como deputado estadual. Ele foi eleito com 56 mil votos, e sua volta à Assembléia Legislativa já era dada como certa, principalmente depois da onda de ataque do PCC.

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