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Advogado diz que pilotos do Legacy não cometeram impropriedade técnica

Segundo o advogado, os pilotos garantem que os equipamentos do avião, entre os quais o transponder, não estavam desligados

Por Agencia Estado
Atualização:

O advogado José Carlos Dias, que representa os pilotos americanos Joseph Lepore e Jan Paul Paladino do jato Legacy que se chocou com o Boeing 737-800 da Gol, causando a morte de 154 pessoas no dia 29 de setembro no Mato Grosso, afirmou nesta quarta-feira, 11, que eles não cometeram nenhuma impropriedade técnica. "Não é bem assim, com esse simplismo que parece. Os pilotos têm uma explicação a dar", disse. Segundo o advogado, os pilotos garantem que os equipamentos do avião, entre os quais o transponder, não estavam desligados. "Os pilotos afirmam que não houve falha nos equipamentos", acrescentou. O advogado disse também que os pilotos estão à disposição da justiça e da Política do Brasil. O delegado Renato Sayão, encarregado do inquérito que apura o acidente do avião da Gol, disse na tarde desta quarta que vai intimar os dois pilotos do jato Legacy para depor na próxima semana em Brasília. Sayão considerou importante a decisão da justiça de reter os passaportes dos dois pilotos por tempo indeterminado. "Para mim, a decisão é boa. Enquanto não for concluído o inquérito, é importante que eles estejam no Brasil", disse o delegado. Na sua base de trabalho sobre as investigações do acidente, que recebeu o nome de Coordenação de avião operacional (CAOP), Renato Sayão disse que as investigações terão que esclarecer quatro questões: se os pilotos seguiram os procedimentos internacionais e as normas internacionais de vôo; confirmar se os controles de vôo funcionaram adequadamente; verificar se houve falha mecânica nos aparelhos que levaram à colisão, além de analisar se houve uma conjunção de fatores negativos para os pilotos. Prazo O ministro da Defesa, Waldir Pires, afirmou na tarde desta quarta-feira, 11, que ainda não "há um prazo determinado" para a conclusão das investigações sobre as causas da colisão entre o Boeing da Gol com o jato Legacy. Segundo Pires, a caixa-preta do jato Legacy foi enviada a um laboratório do Canadá, onde fica a sede da Organização Internacional da Aviação Civil, depois de ter sido analisada em um laboratório de São José dos Campos, no Vale do Paraíba. Uma das caixas-pretas do Boeing também foi enviada para o Canadá. A outra ainda não foi encontrada. Segundo o ministro da Defesa, a remessa das caixas-pretas ao Canadá foi decidida de comum acordo com todos os representantes dos setores interessados na investigação. Waldir Pires reafirmou que a decisão de manter no Brasil os dois pilotos do jato Legacy enquanto são feitas as investigações não é do governo brasileiro, e sim da Justiça, e só uma nova decisão judicial pode liberá-los para que retornem aos Estados Unidos. Questionado se recebeu da secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, algum pedido para que o governo brasileiro interferisse a favor da liberação dos pilotos, o ministro disse que não. Pires declarou ainda não acreditar que a manutenção dos dois pilotos no Brasil durante as investigações vá criar um problema diplomático.

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