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Advogados acusam pilotos do Legacy pelo acidente da Gol

Pilotos teriam feito manobras arriscadas que resultaram na colisão com o Boeing

Por Agencia Estado
Atualização:

Os advogados do escritório americano Ribbeck Law, que representa 40 familiares de vítimas do acidente da Gol, acreditam que são dois os principais culpados pelo acidente. Os pilotos do jato Legacy, Jan Paladino e Joseph Lepore, e a Honeywell, fabricante do sistema de alarme anticolisão TCAS e do transponder dos aviões envolvidos no acidente que causou a morte de 154 pessoas. O advogado Manuel von Ribbeck, um dos sócios do escritório, disse em entrevista coletiva nesta quinta-feira, 9, que as evidências colhidas pelos peritos contratados por eles para ajudar nas investigações mostram que os pilotos americanos fizeram manobras arriscadas para se mostrar para os jornalistas e empresários que os acompanhavam no vôo. Segundo Ribbeck, a culpa dos pilotos teria sido atribuída por uma alta fonte da Força Aérea Brasileira (FAB). ?Eles estavam fazendo manobras porque a empresa Excelaire estava feliz por ter comprado o jato e queria mostrar o equipamento para jornalistas e empresários que estavam no vôo?, declarou Ribbeck na entrevista. A culpa da Honeywell deve-se a ineficiência do alarme anticolisão, que não foi capaz de detectar que o choque estava para acontecer. ?Mesmo que o transponder não estivesse funcionando ou estivesse desligado, o alarme deveria ter soado. A empresa deve ser responsabilizada por essa falha?, afirmou a advogada Monica Kelly, representante do escritório e também presente na entrevista. Na segunda-feira, 6, o escritório Ribbeck Law entrou com um processo criminal em Nova Iorque contra os pilotos do Legacy. A mesma ação foi movida contra as empresas Boeing, fabricante do avião da Gol; Honeywell, fabricante do sistema de alarme anticolisão (transponder) das aeronaves envolvidas; e a ExcelAire Service Inc., proprietária do jato Legacy, fabricado pela Embraer. Dependendo do desenrolar as investigações, os advogados disseram também que a companhia Aérea Gol, a Embraer e os controladores de vôos brasileiros também poderão ser processadas. Provas para o processo Como provas para o processo, os advogados informaram que tentarão ouvir novamente o depoimento do jornalista americano Joe Sharkey, do The New York Times, que estava no Legacy no dia do acidente e também usarão as informações obtidas na caixa-preta do jato. ?Essa, por enquanto, é a hipótese mais plausível. Mas precisamos ler os registros da caixa-preta antes de tomar qualquer decisão?, afirma o engenheiro canadense Max Vermij, que coordena os peritos que fazem o trabalho de investigações para o escritório. O escritório americano Ribbeck Law, que já acompanhou 10 acidentes envolvendo Boeings ao redor do mundo. Os peritos foram contratados porque de acordo com normas de tratados internacionais, as conclusões oficiais do Governo não servem para determinar a culpa na Justiça. Os dados colhidos pelos peritos respaldam a decisão. Vermij, que coordena os trabalhos, criou o laboratório que decodifica as informações da caixas-pretas. A assessoria de imprensa da Excelaire nega as acusações. Eles dizem que o fato de as caixas-pretas terem apontado que os pilotos mantiveram-se na rota de 37 mil pés em posição estável é suficiente para provar que não foi feito nenhum tipo de malabarismo. Segundo afirmam, essa é uma hipótese já descartada. Matéria alterada às 19h40 para acréscimo de informações

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