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Advogados de traficante denunciam violação de direitos

Por Agencia Estado
Atualização:

Os advogados do traficante Celso Luiz Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém, disseram que vão denunciar o governo do Rio à Convenção Interamericana de Direitos Humanos por maus tratos a seu cliente, preso no Comando do Policiamento do Interior (CPI), em Niterói, Grande Rio, desde a rebelião em Bangu 1. Segundo Luiz Carlos de Andrade, representante do criminoso, a mulher e as duas filhas do traficante, de 16 e 21 anos, e até mesmo sua outra advogada, Valeriana Canutto, têm de ficar sem roupa durante a revista, quando o visitam. Andrade solicitou ao governo do Estado a transferência de Celsinho para o presídio Milton Dias Moreira, no complexo de Frei Caneca. Hoje, uma comissão do Departamento do Sistema Penitenciário (Desipe) foi até o CPI para inspecionar as condições em que o bandido está preso. Do lado de fora da unidade, parentes do traficante aguardavam informações. O Desipe ainda vai decidir onde ele ficará - existe a opção de ele voltar para Bangu 1, que foi reformado após o motim de 11 de setembro. De acordo com a polícia, Celsinho já ameaçou de morte oficiais do CPI, por causa das condições em que está preso. O traficante reclama da alimentação - ele alega ter recebido comida com barata -, da falta de remédios para seu problema no estômago, da proibição de fumar e de tomar banho de sol e da ausência de ventilação na cela. Ele acusa policiais de terem ateado fogo ao colchão em que dorme. "Celsinho não tem por que sofrer essas punições, porque não provocou a rebelião em Bangu 1, e sim foi vítima, teve sua galeria invadida. O que estão fazendo com ele é tortura, e o governo precisa ser punido por isso. A Lei de Execuções Penais é igual para todo mundo", disse Luiz Carlos Andrade. Preso em maio, Celsinho já foi condenado a mais de 50 anos de prisão por tráfico de drogas. Ele era um dos principais aliados de Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê, morto durante o motim em Bangu 1, e fundador da facção criminosa Amigo dos Amigos (ADA), uma dissidência do Comando Vermelho (CV).

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