Advogados tentam liberar estudantes que mataram garçom

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Os advogados dos estudantes brasilienses que mataram o garçom Nélson Simões dos Santos na cidade de Porto Seguro entraram nesta segunda-feira com pedidos de habeas corpus na Justiça local para tentar libertar os acusados. Mauro Coelho Souza, de 19 anos, Artur Ferreira de Melo, 19, Fernando Ferreira Von Sperling, 19, Thiago Barroso Marnet, 18, Victor Tadeu Antunes Araújo, 19, além dos menores de iniciais A.P.M. e F.M.R., ambos de 17 anos, permaneciam detidos até a tarde de hoje na Delegacia de Polícia de Porto Seguro. Os dois menores estão aguardando uma decisão do Juizado de Menores numa sala especial da delegacia sem contato com os outros presos. Os sete, que viajaram para Porto Seguro numa excursão organizada pela Buriti Turismo, circulavam pela Passarela do Álcool, centro da cidade na noite de sexta-feira quando decidiram ocupar uma das mesas da Churrascaria Sabor do Sul. Como não consumiam nada, o garçom Santos pediu para que eles deixassem o local. Os estudantes se irritaram e passaram a agredir o garçom, de acordo com o depoimento de várias testemunhas que estavam no local. Bastante machucado Santos foi levado para o hospital de Porto Seguro, mas não resistiu. Conforme o advogado Jonas Fontanele, que defende Mauro Souza, teria havido na verdade uma briga generalizada na churrascaria, provocada pelo garçom que, na versão dos estudantes, puxou abruptamente a toalha da mesa onde o grupo estava. Fontanele disse que o inquérito elaborado pela delegada Antonia Valadares está cheio de erros primários e por essa razão tentaria anulá-lo. Ele também quer transferir o eventual julgamento do seu cliente para uma outra cidade, evitando o clima emocional que o caso provocou na população local. Uma outra advogada, também contratada pelos familiares dos acusados, Priscila Lima está utilizando o mesmo argumento do colega para tentar descaracterizar o crime de homicídio qualificado que consta no inquérito policial e prevê uma pena de até 30 anos de prisão. Ela quer que os estudantes sejam enquadrados no crime de lesão corporal seguido de morte, cuja pena é bem menor, de 4 a 12 anos de prisão. Enquanto isso, o advogado Sérgio Eid, contratado pela família do garçom, além de acompanhar o andamento do inquérito criminal, vai entrar com uma ação civil, requerendo que os acusados sejam condenados a pagar uma indenização à mulher da vítima, Eronilda Santos e seus três filhos. A batalha judicial deve se arrastar por meses em Porto Seguro.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.