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Aécio busca aliança com Alckmin para dirigir PSDB

Mineiro entra em campo depois de governador elogiar nome de Goldman para secretaria-geral

Por Julia Duailibi , Gustavo Uribe , André Mascarenhas e Daiene Cardoso
Atualização:

A pouco mais de dez dias da eleição para a nova direção nacional do PSDB, o senador mineiro Aécio Neves encontrou-se com o governador paulista, Geraldo Alckmin, para tentar costurar um consenso na composição da cúpula partidária.Os dois reuniram-se ontem, por cerca de meia hora, no Palácio dos Bandeirantes. Aécio quer a reeleição do deputado mineiro Rodrigo de Castro na secretaria-geral do PSDB e, para isso, busca o apoio de Alckmin. O posto de secretário-geral, estratégico para as articulações que definirão as eleições presidenciais de 2014, tem sido disputado nos bastidores por aliados do ex-governador José Serra e de Aécio Neves, conforme revelou o Estado no último domingo. O PSDB escolhe o comando da sigla no dia 28, quando deve ser reconduzido o atual presidente, deputado Sérgio Guerra (PE). Aliados de Serra, no entanto, acham que Guerra é próximo ao grupo de Aécio. Para formar uma Executiva "neutra", querem indicar um outro secretário-geral.O nome defendido pelo grupo é o do ex-governador Alberto Goldman. Horas antes do encontro com Aécio, Alckmin sinalizou para os aliados de Serra e chegou a dizer que o seu antecessor é uma "ótima" opção para o cargo de secretário-geral. "É um ótimo nome. Mas (a convenção nacional) está longe", desconversou o governador, que estava em um evento com Goldman. Os defensores de Rodrigo de Castro na secretária-geral querem que Goldman fique com a primeira-vice-presidência do partido. Dizem ainda que o grupo de Serra estará bem representado com a manutenção no cargo do atual tesoureiro, Márcio Fortes, e com a entrada do senador Aloysio Nunes Ferreira e do secretário paulista de Cultura, Andrea Matarazzo, em outros cargos da direção do PSDB. Os tucanos já fecharam uma chapa única para o diretório do partido, mas ainda negociam os postos na Executiva nacional. Na reunião de ontem, os dois tucanos evitaram ser categóricos na defesa de nomes, mas destacaram a importância da unidade entre Minas e São Paulo na condução da oposição no País.Os tucanos tentam negociar silenciosamente a composição da nova Executiva para evitar que rachas políticos se tornem públicos, como ocorreu com a definição dos comandos do partido em São Paulo. Na formação do diretório municipal, seis vereadores do PSDB, descontentes com o controle que Alckmin teria sobre o partido na eleição de 2012, anunciaram a desfiliação.Reforma política. Serra, por sua vez, participou ontem à tarde de reunião com o presidente nacional do PT, Rui Falcão, na Assembleia Legislativa de São Paulo, para tratar da reforma política. O tucano defende a adoção do sistema de voto distrital já nas eleições de 2012. Durante menos de uma hora de encontro, ficaram claras as divergências entre o petista e o tucano e só houve um consenso: a necessidade de mudança do sistema político eleitoral. "Nós não temos coincidências, mas estamos abertos a ouvir as propostas, embora muitas delas a gente não concorde", disse Falcão. "Aqui não se trata de debater as diferenças, se trata de explicar melhor as posições, porque tudo tem de ser objeto de negociação. Se não há entendimento, não há saída", afirmou Serra.Falcão deixou claro que o PT defende o voto proporcional e que acha improvável a aprovação do distrital para 2012. Para Serra, é possível negociar financiamento público e eleições nas três esferas de poder - municipal, estadual e federal - num único dia.

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