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Aécio diz que não vai "radicalizar" o tom de sua campanha

O governador criticou o discurso do presidente Lula, no qual atacou os principais líderes do PFL

Por Agencia Estado
Atualização:

Liderando as pesquisas de opinião com mais de 70% dos votos, o governador de Minas Gerais e candidato à reeleição pelo PSDB, Aécio Neves, deu o tom nesta segunda-feira, 14, de como será o seu comportamento no horário eleitoral, que começa na terça-feira. "Não contem comigo para a radicalização. Eu venho de um Estado onde se aprende muito cedo que, numa disputa eleitoral, deve-se deixar mais espaço para a disputa de idéias do que de pessoas", disse ele ao comentar o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva feito em Salvador, no último sábado. No discurso na capital baiana, o candidato Lula usou palavras duras ao atacar os principais líderes do PFL, partido aliado do PSDB nas eleições, e foi interpretado como um movimento de radicalização do presidente nas eleições. Os pefelistas, entres eles, o senador Antônio Carlos Magalhães, reagiram imediatamente e rebateram o presidente. Aécio disse que é natural que numa eleição, que tende a se polarizar, haja cada vez mais "um certo nível de contundência". "Mas é preciso que, de todas as partes, haja um respeito pelas pessoas que disputam as eleições", disse. "É natural que o PSDB, ao falar do futuro, lembre do presente que ocorre no País. Mas é possível fazer esse embate político com contundência e preservando o respeito pelas pessoas, que disputam as eleições", observou o governador, apontado com um dos candidatos fortes na disputa das eleições presidenciais de 2010. Aécio fez questão de ressaltar que essa era a sua opinião e também a do seu partido, o PSDB. Reformas Preocupado com o risco dos processos de cassação dos parlamentares sanguessugas contaminarem o início da próxima legislatura do Congresso Nacional, Aécio defendeu que o candidato eleito à presidência da República encaminhe ainda este ano proposta de três reformas estruturais: política, tributária e previdenciária (segunda etapa). "Essas três reformas poderiam ser apresentadas até antes da posse do Congresso. O presidente eleito tem condições de amadurecer a discussão e apresentá-las este ano", afirmou o governador. "Me preocupa como cidadão e ex-congressista se o Congresso estiver na sua pauta a concorrer com essas reformas duradouras uma série de processos de cassação de parlamentares", acrescentou. "Elas (as reformas) não são de um partido ou de um governo. Elas são do País. Já perdemos muitas oportunidades de votá-las e não podemos perder outras", acrescentou. Na reforma política, o governador defendeu a fidelidade partidária, o voto distrital misto, com lista partidária, e o financiamento público de campanha. Aécio destacou ainda que a reforma tributária é fundamental para acabar com a "guerra fiscal surda" e a complexa legislação do ICMS que prejudicam a economia brasileira. Ele também acha necessária a aprovação de uma segunda etapa da reforma da previdência. "A reforma da previdência foi muito descaracterizada na votação", disse. Transferência de renda para jovens O governador anunciou nesta segunda-feira, 14, que seu programa de governo contará com uma proposta de transferência de renda para jovens de baixa renda, de 15 a 18 anos. O programa prevê uma "bolsa-auxílio" de R$ 1 mil por ano, valor que seria depositado numa conta-poupança do beneficiado, sempre no mês de seu aniversário. O benefício só poderá ser retirado ao final de três anos, quando ele completar 18 anos. Para ter acesso ao programa, o jovem precisa estar matriculado regularmente no ensino médio da rede estadual e deverá cumprir algumas condições, como estar inscrito em cursos de capacitação profissional a ser oferecido pelo Estado; comprovar participação em atividades comunitárias e não envolvimento em ocorrências policias, além de apresentar boas médias nas notas escolares e não repetir o ano. Segundo o comitê de imprensa da candidatura à reeleição do tucano, o orçamento do Estado para o próximo ano já tem destinados R$ 50 milhões para o programa, beneficiando 50 mil jovens de regiões com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e de áreas de risco.

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