Aécio e FHC defendem apoio a ''faxina'' da petista

Senador prega ''pacto de governabilidade'' e ex-presidente diz que é possível ''convergência'' sem adesão ao governo

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Por Marcelo Portela
Atualização:

BELO HORIZONTE O senador Aécio Neves (PSDB-MG) defendeu ontem em Belo Horizonte um "pacto de governabilidade" da oposição com o Executivo federal para aprofundar a "faxina" em órgãos públicos e aprovar grandes reformas necessárias ao País. Em evento separado, ainda na capital mineira, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também afirmou que é possível uma "convergência", mas sem "adesão" ao governo petista. "Falta ao governo, na minha avaliação, a coragem necessária para chamar as oposições e acertar conosco um pacto de governabilidade que impeça que aqueles que querem se locupletar, aqueles que queiram se aproveitar do Estado para objetivos menos nobres tenham o status que estão tendo hoje", disse AécioO ex-presidente FHC, homenageado no 2.º Fórum Liberdade e Democracia, avaliou que o apoio ao governo "depende um pouco da atitude do próprio governo, de querer realmente fazer a faxina". "Tem que estar ao lado do Brasil. Se a presidente quiser fazer faxina, se estiver ao lado do Brasil, nós estamos ao lado do Brasil", afirmou FHC.Já o senador tucano criticou o tom midiático da "faxina". "Hoje, vemos que o governo tem como prioridade dar satisfação para a imprensa em relação a uma chamada faxina, que tenho minhas dúvidas sobre a amplitude disso. E de forma contraditória, no mesmo momento, dar satisfação à sua base de apoio. É claro que o resultado é esse que estamos acompanhando todo dia."Aécio disse que PSDB, DEM e PPS precisam ter "discernimento para separar as questões de Estado daquelas questões de governo". Em resposta aos que defendem a radicalização da oposição da oposição e críticas mais ferozes ao governo, Aécio mandou recados: "Eu digo sempre: oposição ao governo, contem comigo. Ao Brasil, jamais".Para o presidente do PT, Rui Falcão, as propostas dos tucanos são só "retórica" e Aécio só busca "espaço no seu próprio partido". "Ele busca cavar espaço para uma eventual candidatura à Presidência da República e espera declinar o prestígio da presidente Dilma para então se apresentar abertamente", disse.

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