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Aeronautas vão fazer greve em 12 aeroportos na quarta-feira

Pilotos, comissários e agentes em terra vão paralisar das 6h às 8h; eles reivindicam 11% de reajuste salarial retroativo

Por Monica Reolom e Antonio Pita
Atualização:

SÃO PAULO - Pilotos de avião, comissários e agentes em terra vão fazer uma paralisação de duas horas a partir das 6 horas da quarta-feira, 3, em 12 aeroportos brasileiros. Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), Adriano Castanho, 10% dos voos do País serão afetados, ou cerca de 300. As empresas aéreas informaram que ações de contingência estão sendo adotadas para minimizar o impacto na operação aérea e manter a normalidade do sistema.

O SNA reivindica 11% de reajuste, que se refere à reposição da inflação no período de 1º de dezembro de 2014 a 1º de dezembro de 2015. Como as empresas aéreas ofereceram reajuste parcelado (3% em fevereiro de 2016, 2% em junho e 6% em novembro) e não retroativo, a categoria dos aeronautas decidiu-se pela greve. "Lamentamos chegar nessa situação de greve, mas também lamentamos que a proposta das empresas tenha ficado tão aquém do esperado", afirmou Rodrigo Spader, vice-presidente do SNA.

Cerca de 10% da malha aérea deve ser afetada, segundo o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) Foto: Fabio Motta/Estadão

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O comandante Castanho disse que a paralisação pode voltar a ocorrer se não houver nova proposta do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA). "O primeiro dia de greve será de duas horas. Existe a possibilidade de paralisar no carnaval caso a intransigência permaneça", afirmou. "Somos uma categoria que presta serviço essencial à sociedade. Estamos cientes dos impactos. A contingência deve ser apresentada por parte da empresa, no sentido de realocar os voos e reagendar os horários. Acreditamos que no mesmo dia a malha área já volte ao normal. No máximo, no final do dia todos os voos estejam em seu horário normal", avaliou. 

A paralisação vai atingir os Aeroportos de Congonhas e Cumbica (São Paulo), Santos Dumont e Galeão (Rio), Viracopos (Campinas), Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Brasília, Salvador, Recife e Fortaleza.

A paralisação poderá ser suspensa pela categoria caso as empresas ofereçam, até as 18h do dia 2 de fevereiro, os 11% reivindicados, desde que retroativos a 1° de dezembro de 2015.

Companhias aéreas. O SNEA informou que, ao longo de todo o processo de negociação, iniciado em outubro do ano passado, as empresas aéreas fizeram seis propostas que buscavam atender às condições pedidas pelas entidades sindicais, "mesmo em momento de retração econômica, queda significativa da demanda no transporte aéreo doméstico e forte aumento de custos de operação."

Segundo o Snea, a primeira proposta contemplava garantia de emprego a todos os trabalhadores da aviação, e foi recusada. Na última, foi oferecido reajuste que recompõe o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de forma parcelada aos trabalhadores da aviação, além de aumento de 11% retroativos a dezembro nos benefícios como vale alimentação, vale refeição, seguro de vida e diárias nacionais. A proposta foi recusada na semana passada.

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