Aeroportos do País registraram atrasos em 31,2% dos vôos

Apesar da calmaria nos aeroportos e dos atrasos serem considerados normais, Anac e Infraero temem que problemas venham a acontecer no final do feriado, entre terça e quarta

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Por Agencia Estado
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A situação nos principais aeroportos do Brasil é considerada de quase normalidade no início da tarde deste sábado e a previsão é de que esta situação melhore ainda mais ao longo do dia. De acordo com a Infraero (Empresa Brasileira de Infra-estrutura aeroportuária), às 12h30, dos 827 vôos programados nos principais aeroportos do País, 258 vôos estavam com atrasos superior a 45 minutos, correspondendo a 31,2%. Às 10 da manhã este índice de atrasos era da ordem de 28%, mas na noite de sexta-feira era de 37,7%. Às 12h30, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o aeroporto de Congonhas, um dos principais gargalos do País, apresentava apenas dois vôos com atrasos superiores a uma hora. Com um movimento praticamente normal para a saída do carnaval, a expectativa era com o que poderá acontecer na volta do feriado, já que os boatos sinalizam que os problemas poderiam acontecer em qualquer um dos períodos. Controladores em Alerta Uma escala especial de trabalho para o período do carnaval foi feita pela Aeronáutica para os controladores de vôo de todo o País. No Cindacta-1, em Brasília, houve aumento do número de operadores que fazem monitoramento dos vôos. Apesar de ter havido controle de fluxo de aviões, com aumento da diferença entre pousos e decolagens, este espaçamento se deu em torno de 15 ou 20 minutos, algumas vezes, quando o movimento aumentava muito, mas logo voltava aos costumeiros 3 ou 5 minutos de separação. Os atrasos nestes períodos são considerados normais porque as companhias aumentam o número de vôos para atender à demanda de passageiros, além da contratação de vôos charters e ampliação do número de outros aviões não regulares. O único problema de falta de controladores que houve foi em Manaus, no final da sexta-feira, mas esta carência de pessoal não teve reflexos no resto da malha porque o fluxo na região é muito pequeno. Os vôos também continuaram com atraso no aeroporto internacional de Brasília. Segundo a Infraero, 42,3% dos 52 vôos programados para a madrugada e a manhã do sábado sofreram atraso acima de 45 minutos. Três vôos foram cancelados. Alguns vôos chegaram a ter mais de três horas de atraso. Sem os tumultos registrados no feriado das festas do fim de ano, os passageiros enfrentaram as filas conformados com os atrasos. Como muitos estavam esperando o caos dos últimos meses, a sensação para a maioria foi de alívio. "Cheguei bem mais cedo esperando que o tumulto e as filas estivessem maior", disse Paulo César Pereira, que iria embarcar para Porto Alegre. Para os fiscais da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que estão fazendo plantão nos 15 principais aeroportos do País o sentimento foi o mesmo. "Até conseguimos dormir", brincou o gerente-geral de Fiscalização da Anac, Geraldo Peccin, escalado para acompanhar de Brasília os trabalhos das equipes de fiscais e inspetores da agência que ficaram de plantão nos aeroportos. Atrasos As partidas e decolagens programadas para este sábado ainda sofrem reflexos da sexta-feira, principalmente depois do seqüenciamento mais longo adotado nos aeroportos de São Paulo. O seqüenciamento é o intervalo entre pouso e decolagem. Por isso os atrasos foram se acumulando. A Infraero estava esperando um movimento de sexta para sábado de 28 mil passageiros no aeroporto de Brasília. A Anac montou um esquema especial para este feriado, distribuindo 34 fiscais nos 15 aeroportos de maior movimento. Assessores de imprensa foram enviados aos aeroportos de Salvador, Florianópolis, Rio (Galeão), São Paulo (Congonhas) e Brasília. As companhias áreas também se preparam melhor para o feriado do Carnaval e aumentaram o número de funcionários no atendimento. Apesar do clima de normalidade, alguns passegeiros não escaparam de infortúnio. A brasileira Maria Beatriz Rocha Procópio, residente na Dinamarca, estava desde sexta-feira tentando chegar na cidade de Pontes de Lacerda, no Mato Grosso do Sul. Com a filha Alina de apenas três meses, Maria Beatriz, que é técnica de laboratório, embarcou no Rio de Janeiro, no final da tarde de sexta e teve que dormir em Brasília. Ela chorou quando não conseguiu que a TAM a embarcasse num vôo mais cedo da Gol para Cuiabá. Ainda teria que enfrentar nove horas de estrada de Cuiabá até Pontes de Lacerda. A TAM prometeu levar a passageira num carro até a cidade matogrossense.

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