Aeroportos têm 36,8% dos vôos atrasados, diz Infraero

Situação piora e número de vôos atrasado aumenta na tarde desta quinta

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Por Redação
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A situação nos aeroportos brasileiros se complicou no começo da tarde desta quinta-feira, 21, depois de uma manhã com suspeita de nova operação padrão dos controladores de vôo. Até às 15 horas, 36,8% dos vôos programados para o País tinham atraso, segundo a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero); dos 1.114 vôos programados, 411 tiveram atrasos superiores a uma hora e 104 foram cancelados, o equivalente a 9,3%. Por volta das 12 horas desta quinta, os dois principais aeroportos paulistas e o Aeroporto Presidente Juscelino Kubitschek, em Brasília, cumpriam espaçamento de vôos para as regiões Norte e Nordeste, conforme determinação do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo de Brasília (Cindacta-1). De acordo com uma fonte da Aeronáutica, a suspeita era de que os espaçamentos fossem conseqüência de uma possível operação padrão dos controladores do Cindacta-1. Às 15 horas, o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Cumbica, tinha 42,5% de vôos atrasados, com 57 pousos e decolagens foram do horário previsto. Já o Aeroporto de Congonhas, na zona sul da capital paulista, 18,3% dos vôos atrasados, 29 dos 158 vôos previstos para até às 15 horas desta quinta. A situação dos aeroportos da região Nordeste do País também era complicada no começo da tarde desta quinta. No Recife, 67,5% dos vôos tinham mais de uma hora de atraso, o que representa 25 dos 37 vôos programados para a capital pernambucana. Em Fortaleza, 24 dos 36 pousos e decolagens previstos estavam fora do horário. Operação padrão A operação padrão dos controladores teria sido motivada por um provável problema apontado por eles num console do setor que administra as operações do Rio de Janeiro. Oficialmente, a Aeronáutica ainda não tinha informações sobre o porquê do intervalo. Por telefone, o presidente do Sindicato Nacional de Trabalhadores em Proteção ao Vôo, Jorge Botelho, disse não ter informações, por enquanto, sobre a realização de uma possível operação "convencional" no País. Na quarta-feira, 20, os controladores de vôo de Brasília fizeram operação padrão. Das 17h10 às 19h30, houve paralisação parcial do sistema aéreo do País, que já registrava atrasos em uma de cada quatro partidas, pelo efeito cascata da pane de terça-feira. Em meio à crise, a Aeronáutica determinou a prisão administrativa do sargento Carlos Trifilio, presidente da Federação Brasileira das Associações de Controladores de Tráfego Aéreo (Febracta), e agravou o clima de tensão entre controladores e o alto comando da Força Aérea Brasileira. A reação à prisão, segundo a categoria, deve ser uma nova paralisação geral, como a de 30 de março. A FAB informou que os problemas no Cindacta 1 deviam-se "à recusa de controladores de trabalhar nos equipamento e de falha no link de comunicação provido pela Embratel". O presidente da Embratel, Carlos Henrique Moreira, disse nesta quinta que a pane no sistema de controle de vôos de Brasília, Cindacta-1, ainda está sendo apurada por técnicos da companhia. A Embratel foi mencionada pelos controladores como sendo responsável pela pane do sistema. "Eu particularmente não sei o que ocorreu", disse à Agência Estado. Ele participou em São Paulo de seminário sobre as relações Brasil/México no Instituto Fernando Henrique Cardoso.

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