Agências bancárias são atacadas na madrugada

Cinco agências bancárias foram atacadas durante a madrugada de segunda-feira

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Por Agencia Estado
Atualização:

A onda de ataques de integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) continua na madrugada desta segunda-feira. Depois de ataques a instalações policias, policiais e ônibus, o alvo agora são as agências bancárias. Criminosos lançaram coquetéis Molotov em duas agências, uma do Itaú e outra do Bradesco,na rua Vicente Pinzon, na Vila Olímpia, Zona Sul da capital, mas nesta agência o coquetel não explodiu. Ao verem o vigia do Santander espiar, deram seis tiros, mas não o acertaram. A polícia permanecerá no local até o fim do trabalho da perícia. Outras duas agências no bairro do Ipiranga também foram incendiadas, o Banco do Brasil na rua Bom Pastor, que está com o vidro da fachada quebrado; e o Unibanco, na avenida Nazaré, que segundo o vigia, que fica sozinho, os criminosos quebraram o vidro de trás da agência e lançaram bombas de coquetel Molotov. O vigia não viu os criminosos. Três PMs e os Bombeiros atenderam a ocorrência. As casas vizinhas estão fechadas e escuras. A Polícia Militar recebeu informação também de que ocupantes de um veículo dispararam uma rajada de metralhadora na fachada de uma agência do Banco do Brasil na esquina das ruas São João Clímaco e São Silvério, no bairro de São João Clímaco, também na Zona Sul. Devido aos ataques, o clima nas ruas é tenso. Unidades da Guarda Civil Metropolitana estão apagadas, cercadas com fitas e protegidas com os carros, da própria guarda, vazios parados em frente às instalações. Muitos carros da policia circulam pelas ruas com faróis apagados. Anteriormente, por volta das 21 horas, o ataque foi em uma agência bancária, na rua do Tesouro, próximo ao Largo de Taboão, região central do município. Uma bomba incendiária foi jogada na frente do prédio. Não houve feridos. 159 ataques Fora dos presídios e cadeias, os ataques continuaram nesta madrugada, mas ganharam alvos novos: 39 ônibus e cinco agências bancárias. Depois de 115 atentados contra policiais e suas instalações em várias cidades, ônibus foram incendiados na Grande São Paulo, Diadema, São José dos Campos, Campinas e São José do Rio Preto. Quatro ônibus foram incendiados em Campinas no final da noite deste domingo. A polícia não tem informações sobre os incendiários, mas trabalha com a hipótese de ser mais uma ação do PCC. Os atacantes pararam os coletivos e exigiram que passageiros e condutores saíssem. Ninguém ficou ferido. Segundo a diretoria de comunicação da Associação das Empresas de Transportes, os coletivos voltarão a operar normalmente nesta segunda-feira, a partir das 4h30. Em São José do Rio Preto, o veículo foi queimado por volta das 21h40 no bairro Santo Antônio. Quando o ônibus percorria a Rua 35, dois homens subiram. Armados com pistolas e galões de gasolina, renderam motorista e cobrador, fizeram descer cerca de 20 pessoas e atearam fogo no veículo, fugindo em seguida. As chamas queimaram a rede elétrica, deixando dezenas de residências, numa área de quatro quadras, sem energia elétrica. Em Rio Preto, a polícia foi mobilizada para proteger agências bancárias, shopping centers e outros prédios de uso público. Escutas telefônicas captadas pela Polícia Federal, Polícia Civil e PM anteciparam que ataques a esses prédios e a ônibus iriam acontecer a partir da zero desta segunda-feira. Pelo menos 15 presos morreram desde sexta-feira até a noite deste domingo, 14, na maior rebelião do sistema prisional da história do País, articulada pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Somados aos 52 mortos nos ataques de bandidos a policiais e suas instalações em todo o Estado, o total de vítimas bate em 77. Detentos de 55 penitenciárias, centros de detenção e cadeias públicas continuam rebelados. Ao todo, foram registradas rebeliões em 80 unidades desde a sexta-feira. Dessas rebeliões, 25 haviam sido encerradas até a noite deste domingo (veja a lista ao final deste texto). O governo estadual só admitiu a morte de três presos até o momento. Quanto aos mortos nos ataques dos bandidos e nos confrontos que se seguiram, a maioria (37) são policiais civis, militares, integrantes de guardas metropolitanas e agentes de segurança de penitenciária. Criminosos e suspeitos são 23 e 2 são cidadãos comuns. Os ataques e as rebeliões foram deflagrados pelo PCC depois que as autoridades transferiram seus líderes para a carceragem do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), em São Paulo, e cerca de 760 presos ligados à organização criminosa para a Penitenciária 2 de Presidente Venceslau. A transferência foi feita justamente porque o governo estadual descobriu que o PCC planejava uma megarrebelião para este final de semana, aproveitando o Dia das Mães. Recorde A megarrebelião estabeleceu um novo recorde: 70 das 105 penitenciárias e centros de detenção (que não incluem cadeias) paulistas foram tomados pelos amotinados, superando a marca de 18 de fevereiro de 2001, quando integrantes do PCC realizaram um levante em série em 25 unidades. Na ocasião, 4 cadeias públicas também foram dominadas, enquanto agora 10 estão sob controle dos presos. Foram feitos reféns mais de 300 funcionários, além de visitantes. Em Jaboticabal, um diretor da prisão teve 70% do corpo queimado e seu estado de saúde é considerado grave.

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