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Agentes penitenciários decidem paralisar atividades no fim de semana

Os dois sindicatos da categoria anunciaram paralisações para a semana que vem, em protesto pela morte de um de carcereiro por ordem do PCC

Por Agencia Estado
Atualização:

Agentes penitenciários ligados ao Sindicato dos Funcionários do sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp) decidiram na noite desta quinta-feira, paralisar as atividades nos presídios do Estado no sábado, 01, e domingo, 02. A paralisação é em protesto contra a morte do agente Nilton Celestino, de 41 anos, que trabalhava no Centro de Detenção Provisória de Itapecerica da Serra, na grande São Paulo, assassinado com mais de dez tiros, na manhã de quarta-feira, por integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). A greve dos agentes penitenciários contra o assassinato do carcereiro, atingiu 41 presídios, segundo o sindicato da categoria. A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) reconheceu a paralisação em 19 unidades. Por conta da paralisação, detentos não vão poder receber visitas de familiares nos dois dias, fato que deverá aumentar ainda mais a tensão nos presídios. A decisão, tomada em assembléias nas 11 regionais do Sifuspesp, foi questionada por diretores de penitenciárias que temem por novas rebeliões. "Isso desencadear novos quebra-quebras nas cadeias", disse na quarta-feira um diretor de penitenciária do Oeste Paulista, região onde em pelo 6 delas os agentes vão ficar parados. O Sifuspesp abriga cerca de 8 mil trabalhadores sendo cerca de 5 mil agentes, um número bem maior que os agentes ligados ao Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária (Sindasp), o outro sindicato da categoria. Ainda nesta quinta-feira o Sindasp anunciou uma nova paralisação de 24 horas a partir da zero hora do próximo dia 4. De acordo com o presidente do Sindasp, Cícero Sarney, o movimento serviu para mostrar a "indignação" dos agentes contra a falta de segurança da classe e a omissão das autoridades. "Os agentes se tornaram vítimas do caos instalado no sistema prisional", criticou. Segundo Sarney, a greve atingiu 19 unidades no interior, principalmente na região oeste do Estado, e 22 na Grande São Paulo. "Esse era o tipo de movimento que o sindicato não gostaria de realizar. Esperávamos cruzar os braços apenas para reivindicar melhorias e não para chorar a morte de um companheiro."Segundo a secretaria, a greve não chegou a acarretar problemas no funcionamento das unidades.

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