Dois dos três estudantes de classe média que foram detidos de madrugada no início do mês após agredirem prostitutas e travestis na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, começaram a cumprir ontem pena alternativa. Os universitários Fernando Mattos Roiz Jr., de 19 anos, e Luciano Filgueiras da Silva Monteiro, e 21, passaram o feriado participando do serviço de limpeza no Bosque da Barra, uma área de lazer que fica próximo da área onde eles, na companhia de um menor de 17 anos, descarregaram o conteúdo de um extintor nas prostitutas que faziam ponto na Avenida Lúcio Costa (Sernambetiba). A pena foi determinada pelo juiz Joaquim Domingos de Almeida Neto, do Juizado Especial Criminal da Barra, que os condenou por perturbação da tranqüilidade alheia. O magistrado determinou que os dois jovens prestem oito horas semanais de serviços à companhia de limpeza urbana do Rio (Comlurb) da Barra, onde vão recolher lixo e ajudar a limpar pichações em postes e muros. Na audiência, na última terça-feira, os jovens admitiram o erro e se disseram arrependidos. Eles também pediram desculpas a uma das vítimas que estava presente. Os dois também fizeram questão de se diferenciar dos jovens que agrediram a empregada doméstica Sirlei Dias em junho, pensando que ela era uma prostituta, e negaram ter usado álcool e drogas. Caso não cumpram pena de serviço comunitário, os dois jovens podem ser processados na Justiça comum por perturbação e lesão corporal. CASO SIRLEI Na madrugada de 23 de junho, a empregada doméstica Sirlei Dias Carvalho Pinto, de 32 anos, foi agredida por cinco jovens com socos e pontapés. Preso, um dos agressores tentou justificar o crime: eles acharam que a moça era uma vagabunda.