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Aguiar pede que governo contrate 6 mil PMs de outros Estados

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de a governadora Benedita da Silva pedir a transferência para fora do Rio de todos os chefes do tráfico presos, o secretário de Segurança Pública, Roberto Aguiar, sugeriu que os Estados enviem policiais militares para auxiliar na força-tarefa de combate ao crime organizado. Aguiar pede que o governo federal contrate em caráter temporário seis mil PMs de todos os Estados do País para que eles possam suprir a atual carência de policiais. Uma das medidas anunciadas pelo ministro da Justiça Miguel Reale Júnior para a força-tarefa foi a contratação de seis mil agentes federais para atuar no policiamento marítimo, aeroportuário e de fronteiras. Mas Aguiar classificou a medida de "pretensão um pouco lenta". "Sugiro que o governo federal traga para si esse pessoal (os policiais militares), enquanto faz o concurso, e pague o que quer pagar a esses homens - acho que são R$ 2.500. Quando terminado o trabalho, as pessoas voltam para os seus Estados e já terá força treinada em âmbito federal", diz o secretário. Aguiar lembrou que o Brasil já enviou policiais militares para missões em Angola e na América Central e citou a força-tarefa criada por agentes sanitários de todo o País para combater a dengue no Rio como exemplo a ser seguido nesse caso. Aguiar não acredita que sua proposta criará mal-estar em secretários de Segurança de outros Estados. "Isso já foi discutido há um mês numa reunião de secretários. O Mato Grosso fez esse pedido, em vista da enorme extensão de fronteira e o contingente da Polícia Federal ser terrivelmente pequeno. A gente está muito estadualizado e nossa criminalidade é nacional", afirmou. Ele defendeu ainda que se faça "um grande esforço nacional organizado". Pelos cálculos de Aguiar, o deslocamento de 50 ou 60 policiais de cada Estado é um efetivo pequeno, comparável ao número de homens de uma ocupação policial em favela. Aguiar refutou as críticas de que as medidas anunciadas pelo Ministério da Justiça reeditam a Operação Rio, de 1994, quando as Forças Armadas subiram favelas. "Pela primeira vez, as inteligências serão compartilhadas. A grande vantagem da força-tarefa é dar um salto nas investigações. Agora a gente prende a ponta do sistema, o traficante do morro, mas essas prisões não desarticulam o crime. Vamos chegar ao asfalto, agora", prometeu. O secretário informou ainda que a Polícia Militar já está traçando um plano de ação para evitar a migração dos criminosos - quando a polícia fecha o cerco aos traficantes, é comum eles partirem para outras modalidades de crimes, como assalto a banco, a carros-forte, seqüestros.

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