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Ainda há risco de vazamento de óleo na Baía de Guanabara

Por Agencia Estado
Atualização:

Ainda há risco de vazamento de óleo na Baía de Guanabara. O rebocador Draco, que afundou na terça-feira, começa a ser içado hoje, mas 34 mil litros de diesel permanecem nos tanques da embarcação e podem ser derramados durante os trabalhos. "Não sabemos como o rebocador foi conservado e como irá reagir ao içamento. Há risco de novo vazamento", afirmou o diretor do Departamento de Controle Ambiental da Fundação Estadual de Engenharia de Meio Ambiente (Feema), Luiz Heckmaier. O Draco, que pertence à empresa Saveiros Camuyrano, afundou quando fazia manobras para o atracamento de um navio. Inicialmente, a Feema havia divulgado o vazamento de 35 mil litros de óleo. Mas na tarde de hoje, os técnicos da fundação vistoriaram a baía e calcularam que somente mil litros escaparam dos tanques do rebocador. A mancha foi considerada pequena e deve se dissipar em 24 horas. Não há risco de alcançar as praias de Niterói e do Flamengo. O gerente de marketing do grupo Wilson Sons, que responde pela Saveiros Camuyrano, Cláudio Viveiros, disse que a hipótese de vazamento é real, mas remota. "Fazemos manutenção cuidadosa de nossas embarcações", garantiu. O Draco será içado por um guindaste flutuante do tipo cábria, pela empresa Superpesa, contratada pela Saveiros. Túnel Trinta pessoas, entre técnicos e mergulhadores, passaram o dia de hoje cavando o túnel a 16 metros de profundidade para passar um cabo de aço, por baixo do casco, que será ligado ao guincho do guindaste. Quando a embarcação começar a aflorar, bombas serão instaladas para a retirada da água. Toda a operação deve durar entre quatro e cinco horas, a partir do amanhecer. Para evitar um desastre ambiental, a Feema acionou o Plano de Combate de Acidente e Poluição na Baía de Guanabara. Treze embarcações acompanharão a operação de içamento. Toda a área da operação será cercada por 1,2 mil metros de barreiras de contenção para evitar que o óleo se espalhe, em caso de vazamento. O rebocador obstruiu a rota de navios para o Porto do Rio. A Capitania dos Portos havia solicitado à Saveiros que arrastasse o Draco para fora do canal de passagem, mas o procedimento não pôde ser cumprido. "Se fizéssemos isso, perderíamos o trabalho de um dia inteiro", informou o diretor da Divisão de Rebocadores da empresa, Cláudio Brito. Ontem, a embarcação impediu que um enorme navio de contêineres, vindo da Ásia, atracasse no Porto do Rio. Ele teve de seguir para o Porto de Sepetiba. A Comissão Estadual de Controle Ambietal (Ceca) se reúne na terça-feira para definir a multa que a Saveiros Camuyrano terá de pagar. Os valores variam de R$ 10 mil a R$ 50 milhões. A Polícia Federal também abriu inquérito para apurar as responsabilidades pelo vazamento do óleo. A Feema também informou que a espuma que tomou conta da Lagoa Rodrigo de Freitas na quarta-feira praticamente se dissipou hoje. Apesar de aspecto feio, o fenômeno é natural, causado pela morte de espécies de algas, que se proliferam em grande quantidade do ano nesta época do ano.

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