Airbus da TAM poderia estar desalinhado ao pousar em Congonhas

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Por CLÁUDIA PIRES E MAURÍCIO SAVARESE
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A única certeza sobre a tragédia envolvendo o vôo 3054 da TAM da última terça-feira é de que o Airbus A320 da companhia não seguiu a linha central do pavimento da pista e pendeu para a esquerda até o gramado, após tentar pousar no aeroporto de Congonhas. Segundo o brigadeiro Jorge Kersul Filho, diretor do Centro de Investigação para Prevenção de Acidentes (Cenipa) da Aeronáutica, isso abre a hipótese de desalinhamento da aeronave. "Isso é tudo que dá para assegurar, mas isso não delimita as várias possibilidades (para o acidente) que temos no momento", disse o brigadeiro a jornalistas na sala da Infraero em Congonhas nesta quinta-feira. Ele acrescentou que a hipótese de desalinhamento poderia não ser suficiente para explicar o acidente. Ele concordou com a avaliação feita pela manhã pelo presidente da Infraero, tenente-brigadeiro José Carlos Pereira, de que o Airbus provavelmente não desacelerou o tanto que deveria após tocar a pista. No início da noite de terça-feira o vôo da TAM, que vinha de Porto Alegre com 186 pessoas a bordo, não conseguiu frear na pista do aeroporto e, depois de passar por cima de uma movimentada avenida, colidiu com dois prédios --um deles da TAM Express-- e um posto de gasolina. O acidente, o pior da história da aviação brasileira, pode ter matado cerca de 200 pessoas. O militar afirmou ainda que as caixas-pretas do Airbus da TAM estão sendo enviadas aos Estados Unidos, pois estão muito deterioradas e não poderiam ser analisadas no Brasil. CONDIÇÕES DA PISTA Ele evitou comentar sobre se o piloto de uma pequena aeronave da companhia Pantanal, que derrapou em Congonhas na segunda-feira, teria feito um depoimento ao Cenipa sobre as condições da pista do aeroporto. Também nesta quinta-feira, o presidente da Infraero garantiu que a pista principal do aeroporto de Congonhas não teve relação com o acidente envolvendo o Airbus da TAM. Em nota de esclarecimento, o Serviço Regional de Proteção ao Vôo (SRPV) confirmou que, no mesmo dia do acidente com o vôo 3054, cerca de duas horas antes, um piloto de uma aeronave da Gol informou à torre de controle de Congonhas que a pista principal do aeroporto estava escorregadia. Diante disso, diz o texto, a Infraero avaliou as condições da pista que foi liberada para operações quase 20 minutos depois. Ainda segundo o SRPV, foram realizados 40 operações de pouso e decolagem na pista principal de Congonhas após sua liberação.

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