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Alagamentos fizeram cidade parar

Centenas de veículos ficaram submersos no limite com o ABC; circulação de trens e ônibus foi comprometida

Por Marici Capitelli
Atualização:

Às 18 horas, um helicóptero da Polícia Militar pousou no Viaduto Grande São Paulo, na Vila Prudente, zona leste. Segundo os bombeiros, um motorista que estava preso na enchente sofreu um enfarte. Ele foi levado ao Hospital das Clínicas, medicado e liberado. O caso resume o que foi à tarde para bombeiros e equipes de resgate. Havia trânsito parado, motoristas ilhados e transporte público interrompido. Moradores da capital e da região do ABC paulista passaram horas sem sair do lugar. O congestionamento chegou a 201 km às 19 horas, mas duas horas depois ainda havia 71 km de lentidão e a Avenida 23 de Maio, na zona sul, estava literalmente parada, sentido zona norte, às 23 horas. Mais cedo, centenas de veículos ficaram submersos na região do Ipiranga e na Avenida do Estado, na zona sul, próximo do limite com o ABC. No centro, fechou-se o Túnel do Anhangabaú. Passageiros de pelo menos cinco ônibus intermunicipais ilhados tiveram de subir no teto dos veículos. A circulação de trens da Linha 10-Turquesa da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) entre as Estações Luz e São Caetano parou às 17h30 e só voltou às 21h45. Duas horas e 50 minutos foi o tempo que a analista de importação Marina Palma, de 38 anos, levou por exemplo para percorrer 12 quilômetros. Ela saiu do Campo Belo, na zona sul, e tentava chegar a Santo André. "Não tinha nem visão." O jeito foi desligar o carro e esperar. Quem estava no ABC também enfrentou problemas. José Subires, de 79 anos, morador na região da Avenida Paulista, passou duas horas em uma agência bancária lotada em Piraporinha, bairro do município de Diadema. "Cheguei por volta das 15 horas para entregar um malote no banco e chovia forte. A água chegou à porta da agência, que estava lotada", disse. Às 18 horas, quando a água começou a baixar, ele colocou sacos plásticos nos sapatos e atravessou a enxurrada. Subires achou que dava para pegar um trólebus até o Terminal Jabaquara. Não conseguiu, porque o transporte estava interrompido. Teve de parar em uma lanchonete juntamente com dezenas de pessoas. "Está parecendo uma festa, todo mundo na rua sem saber o que fazer, incluindo eu, sem jeito de voltar para casa." Para completar o caos, todo o sistema de trólebus da zona leste de São Paulo parou e os veículos dos corredores da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), que ligam o Jabaquara ao ABC, também enfrentaram falta de energia e alagamentos. Estações e paradas de ônibus ficaram superlotadas e cerca de 80 motoristas foram forçados a invadir as vias elevadas do Expresso Tiradentes (antigo Fura-Fila) para escapar de perder o carro nas águas. A circulação de ônibus desse corredor também parou, segundo a São Paulo Transporte (SPTrans). CAOS NO TRÂNSITO NO TRANSPORTE COLETIVO Expresso Tiradentes: ficou parado desde as 17h até as 21h. Carros entraram na via elevada Linha 10 da CPTM: parada entre a Luz e São Caetano das 17h30 às 21h45 . Às 19h20, a circulação retornou entre São Caetano e Rio Grande da Serra Demais linhas da CPTM: todas ficaram com velocidade mínima Metrô: toda a rede circulou com velocidade reduzida e acesso do Terminal Bandeira à Estação Anhangabaú alagou Plano de Emergência no Transporte (Paese): ônibus não funcionaram por causa de alagamentos Trólebus da capital e da EMTU: parados até as 21h NAS VIAS PÚBLICAS Sinais: mais de duas dezenas de semáforos apagados na região de Pinheiros e Av. Rebouças, Brasil, Rua Heitor Penteado, Praça Pan-Americana e Av. Santo Amaro Túnel do Anhangabaú: fechado às 16h, reaberto às 22h. A Av. 23 de Maio seguia engarrafada, sentido zona norte, às 23h Via Anchieta: interditada às 16h Recorde do ano: 201 km de congestionamento às 19h

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