Alagoas é exceção nas tendências da eleição para governador

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Por Análise: José Roberto Toledo
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Alagoas é um dos poucos Estados onde é possível fazer uma previsão com poucas chances de errar: o eleito já terá sentado na cadeira de governador. Os três candidatos empatados tecnicamente em primeiro lugar foram governadores ou estão no exercício do mandato.Fernando Collor governou Alagoas antes de ser presidente. E Ronaldo Lessa (PDT) antecedeu Teotonio Vilela (PSDB). Os três empatam no currículo e no Ibope. A distância que os separa é quase nula: 29%, 28% e 27%, respectivamente.É uma curiosidade, mas talvez seja também a explicação para Alagoas ser exceção nas duas principais tendências desta eleição. Teo Vilela é um dos poucos candidatos à reeleição que é bem avaliado (44% de ótimo/bom, contra 21% de ruim/péssimo, no Ibope) e não lidera sozinho.Uma hipótese para isso é que os alagoanos estejam divididos diante de três políticos locais de projeção nacional e com experiência administrativa.O Estado também vai contra a corrente predominante nas disputas estaduais de definição já no primeiro turno. A 20 dias da eleição, é improvável que um dos três líderes dispare e chegue a mais de 50% dos votos válidos.É o oposto do que acontece no Tocantins. Lá, a eleição é de turno único. São apenas duas chapas: quem chegar na frente terá, portanto, mais da metade dos votos válidos e estará eleito. A disputa confronta as duas facções que comandam o Estado praticamente desde a sua criação.De um lado, o sucessor do ex-governador Marcelo Miranda, Carlos Gaguim, ambos do PMDB. Do outro, o ex-governador Siqueira Campos (PSDB). Na pré-campanha, o veterano tucano liderava com folga, mas o cenário mudou após o início da campanha na televisão.Escorado por uma avaliação positiva (48% de ótimo/bom contra 16% de ruim/péssimo) e pelo apoio do presidente Lula, Gaguim reagiu e, agora, a disputa é voto a voto. Ambos cresceram desde a rodada anterior, mas o empate técnico se mantém: 47% a 44% para o peemedebista.As disputas pelas duas vagas no Senado está aberta tanto no Tocantins quanto em Alagoas. João Ribeiro (PR, 47%) e Marcelo Miranda (PMDB, 41%) estão na frente na corrida tocantinense, mas Paulo Mourão (PT) e Vicentinho Alves (PR), ambos com 31%, mantêm suas chances.Em Alagoas, Benedito de Lira (PP) chegou a 35% e ameaça a volta de Heloísa Helena (PSOL) ao Senado: ela está com 41%. Renan Calheiros (PMDB) cresceu 12 pontos e agora lidera sozinho a disputa, com 54%, segundo o Ibope.É JORNALISTA ESPECIALIZADO EM ESTATÍSTICAS

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