Alckmin ataca e diz que Lula não tem programa de governo

Durante almoço com personalidades de diversas áreas, candidato tucano afirmou que governo Lula foi um "descalabro" do ponto de vista ético

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, foi mais incisivo nesta terça-feira, 29, nas críticas ao governo e ao programa para um possível segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Alckmin criticou o programa de governo lançado por Lula, argumentando que o candidato petista não faz referências às reformas tributária e da previdência, ao corte de gastos públicos e ao combate à corrupção. "Ele não tem programa. O governo sobrevive aos trancos e barrancos, perdendo a oportunidade de um cenário internacional fantástico", disse. "Se o Brasil não fizer reformas estruturantes, não melhorar a questão tributária, não diminuir juros e reduzir gastos, não é possível crescer. É preciso agir nas causas dos problemas", disse, ao discursar no almoço de adesão à sua candidatura, realizado no Jockey Club de São Paulo, com mais de 60 personalidades das áreas artística, esportiva e intelectual, além de empresários. O candidato voltou a criticar o atual patamar do câmbio, que, segundo ele, "prejudica os setores mais eficientes e que mais geram emprego", como a agricultura e as indústrias de brinquedos, têxtil, calçadista e automobilística. "O câmbio inviabilizou a atividade. Não é possível continuarmos assistindo a isso. Isso vai ter conseqüências e não é no longo prazo não, é no curto e no médio prazo", concluiu. "Merece ser reeleito governo que é bom, que tem boa gestão, que é eficiente, não joga dinheiro fora e funciona", disse. "O que nós temos hoje no Brasil? Um governo sob o ponto de vista ético que foi um descalabro. Descalabro. Uma coisa triste. Que abraça e chama de irmão quadrilheiro e é violento com o Francenildo, aquele nordestino pobre que teve violado o seu sigilo. Violento com o fraco, com o pequeno. E fraquinho, fraquinho com aqueles que roubam o que é mais sagrado, que não é o dinheiro pessoal, é o dinheiro de todos, do conjunto da sociedade", ressaltou. Segundo Alckmin, o governo e os integrantes do PT não aprenderam com a crise política. "Na cabeça dessas pessoas, os fins justificam os meios. Só que no passado, o fim poderia ser o sonho, a utopia. Hoje, é só poder pelo poder, nada mais que isso. E é preciso voltar à boa política." Para Alckmin, a pior coisa que o governo Lula fez foi "roubar a esperança do povo". O candidato criticou ainda a atuação do governo durante o caso da invasão do terreno da Volkswagen, em São Bernardo do Campo, em 2003, que, segundo ele, atrapalhou as negociações e acabou resultando na morte do fotógrafo Luiz Antônio Costa, da revista "Época". Candidatura nacional e virada Embora aguardado, o candidato tucano ao governo do Estado, José Serra, não compareceu ao almoço. Ainda assim, em seu discurso, Alckmin pediu votos para Serra e Guilherme Afif Domingos, candidato do PFL ao Senado, e justificou, em entrevista coletiva, a ausência do candidato a governador. "Serra está fazendo campanha; cada um tem que fazer e se dedicar à sua campanha, buscar seus votos. O partido está extremamente bem representado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Esse era um evento da candidatura nacional", afirmou. "Hoje demos um passo importante, com formadores de opinião, atletas, artistas e empresários. A sociedade civil vai mostrar seu desencanto com o governo Lula. Vamos resgatar essa indiferença ao longo da campanha." Segundo Alckmin, as grandes viradas nas campanhas eleitorais acontecem depois do dia 7 de Setembro. Ele citou que só ficou em primeiro lugar nas pesquisas durante as eleições para governador em 2002 após o dia 20 de setembro. O candidato reiterou que a campanha ainda está no começo, que continua confiante e que irá para o segundo turno das eleições. "Quando se simula um segundo turno, Lula não cresce quase nada. Ele está em péssima situação", voltou a dizer. Alckmin disse que começa a lançar seu programa de governo neste sábado, no Rio Grande do Sul. Segundo ele, a cada dia será lançada uma cartilha abordando áreas como saúde, educação, agricultura e reforma agrária. "Estará na internet e vamos dar fascículos para quem quiser ter e distribuir", finalizou.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.