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Alckmin cita pente-fino como ''dever'' e nega crise

Governador diz que não há ''auditoria'' na gestão Serra, mas ''esforço permanente de ajuste fiscal''

Por Roberto Almeida
Atualização:

Disposto a estancar a cizânia entre as alas do PSDB paulista, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), tentou minimizar ontem os efeitos do pente-fino nos contratos com empresas terceirizadas da gestão José Serra/Alberto Goldman. Ele rechaçou o termo "auditoria" e afirmou que existe um "esforço permanente de ajuste fiscal". Como argumento para a ação de governo, Alckmin evocou outros pentes-finos realizados pela gestão Mário Covas, por seu próprio governo, em 2003, e pela gestão Serra, em 2007. E a classificou como um "dever"."Não há nenhuma auditoria, nem haverá nenhuma auditoria no governo. O que existe é um esforço permanente de ajuste fiscal. Que o Mário Covas fez, eu fiz, o Serra fez, e é meu dever fazê-lo de novo", afirmou o tucano, após a missa em memória do ex-governador Orestes Quércia, em São Paulo.No entanto, a discórdia entre os dois grupos se acentuou exatamente quando Serra fez a revisão de 2007 na gestão Alckmin. Secretários fazem coro ao governador para conter os efeitos da decisão e negam que haja espírito revanchista. Serra, que também estava na missa, não quis comentar a iniciativa de seu sucessor.As declarações de Alckmin, no entanto, vão na contramão do que afirmou anteontem o secretário de Gestão, Julio Semeghini, ao receber o cargo. Em sua primeira entrevista coletiva, Semeghini observou que o governo fará uma revisão dos contratos com terceirizadas, hoje no valor de R$ 4,1 bilhões - cifra inferior apenas à folha do Estado.Indagado sobre as afirmações de Semeghini, Alckmin disse que "não há nenhuma revisão de contratos". "O que nós vamos fazer é procurar um esforço ainda maior de redução de custos. Especialmente na área de custeio. Para quê? Para poder ter um pouco mais de recurso para investimento naquilo que a população precisa", anotou.Metas. Alckmin discutirá sua gestão em reuniões marcadas para amanhã, com o governador de Minas, Antonio Anastasia (PSDB), e para segunda-feira, com o consultor Vicente Falconi, do Instituto de Desenvolvimento Gerencial (INDG).Em ambos os casos, o foco deve ser um planejamento de gestão por metas, como o realizado em Minas pelo ex-governador e senador Aécio Neves (PSDB). Anastasia sucedeu a Aécio e colheu os resultados de Falconi, que foi o mentor desse processo.Alckmin confirmou ontem, em entrevista à Rádio Bandeirantes, que estuda a venda do edifício onde está a Secretaria do Planejamento, no Itaim, como revelou ontem o Estado, para otimizar a administração. "Se vender esse prédio, compramos um cinco, seis", afirmou.

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