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Alckmin critica governo federal no caso de Beira-Mar

Por Agencia Estado
Atualização:

O governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) criticou hoje, de forma indireta, o tratamento dado pelo governo federal ao caso do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. "Nós estamos vivendo uma situação de emergência pelo fato de o governo federal não ter penitenciária de segurança máxima, que já deveria ter sido feita", afirmou Alckmin ao justificar a volta do criminoso à Penitenciária de Presidente Bernardes, no interior paulista, a única no país de segurança máxima. "Nós imaginávamos, quando ele saiu daqui, que o governo conseguiria adaptar uma unidade prisional federal e infelizmente isso não foi possível", disse Alckmin, referindo-se à primeira estadia de Beira-Mar em Bernardes, de 28 de fevereiro a 28 de março. "O governo federal não conseguiu nesses 40 dias um local seguro para colocá-lo, estão com dificuldades em conseguir adaptar uma penitenciária às condições de segurança máxima e então nossa ajuda foi solicitada de novo?, Alckmin discorda que o governo federal esteja negligenciado a situação ao provocar sucessivas transferências de Beira-Mar, operações de altos custo e risco. Para tentar minimizar o desgaste político, Alckmin disse que a partir de agora o caso do traficante "será apenas mais um". "Acho que se glamuriza demais um assunto menor, daqui para a frente ele será tratado pelo secretário Nagashi Furukawa (Administração Penitenciária), pelo diretor de Bernardes e pela Polícia Federal, que é a dona do preso", afirmou. Apesar de conter o tom crítico e de renovar a intenção de atender o apelo federal, Alckmin não soube explicar o que mudou nesse intervalo, de fevereiro para cá. A crise na segurança fluminense, que motivou a primeira tranferência, foi agravada, o governo federal continua sem seu presídio de segurança máxima, e Bernardes é a única do gênero no país. "Sempre disse que o problema do Rio não era o Beira-Mar, se fosse só um traficante ficava muito mais fácil. Mas esse é um assunto interno, não é de São Paulo." O governador voltou a afirmar que Beira-Mar não cumprirá a pena em São Paulo, mas ao contrário da primeira passagem dele por Bernardes, desta vez o tempo de permanência é indeterminado. Alckmin destacou, de novo, que uma unidade prisional de segurança máxima não depende apenas do prédio, mas também da aplicação do Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) e o de funcionários capacitados para a tarefa. Não soube informar, entretanto, se o governo federal estaria trabalhando nesse sentido. "Isso quem deve responder é o governo federal, através do Ministério da Justiça", disse Alckmin, que evitou estabelecer prováveis prazos para a saída de Beira-Mar de Bernardes para um presídio federal. Segundo ele, não dá para prever se o traficante poderia ficar em São Paulo por cerca de 4 meses, por exemplo, prazo para a construção de uma unidade pré-moldada. "O governo federal pode adaptar uma penitenciária (ao invés de construir) e isso pode ser mais rápido." Alckmin reafirmou que Bernardes não será federalizada. Veja o especial:

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