Alckmin disse que Lula não assume responsabilidades sobre o governo

O tucano criticou a reação do presidente Lula, ao saber que um assessor seu estaria envolvido na compra de um suposto dossiê contra os tucanos

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Por Agencia Estado
Atualização:

O candidato à Presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin, disse que o presidente Lula não assume responsabilidades "nem do que ocorre na sala ao lado". Em entrevista a um programa da rádio Tupi do Rio de Janeiro, ele criticou a reação do presidente Lula ao saber que um assessor seu estaria envolvido na compra de um suposto dossiê contra os tucanos. "Aprendi com Mário Covas: se alguém no meu governo errou, fui eu que errei. É o contrário do Lula, que não sabe de nada, não ouve nada e não tem responsabilidade nem do que ocorre na sala ao lado", disse Alckmin. "A primeira coisa é assumir a responsabilidade, mas um governo que tem Ney Suassuna (PMDB) e Jader Barbalho (PMDB) não pode dar certo. Está cercado do submundo da política", disse. Para o tucano, o governo Lula falhou ao montar uma equipe formada de companheiros do partido, que causaram o aparelhamento do Estado. "Isso gera ineficiência e corrupção, que é exatamente o que está acontecendo agora", disse. O principal acusado da compra de um dossiê para tentar incriminar os candidatos tucanos Alckmin e José Serra, Freud Godoy, é assessor especial do presidente e comanda uma empresa de segurança que presta serviços ao diretório nacional do PT e à campanha de Lula pela reeleição. Durante entrevista, Alckmin disse que a corrupção chegou a um nível que nunca havia chegado antes. "É uma corrupção sistêmica, pois nunca aconteceu de se comprar o Congresso. Dólar na cueca, na caixa de uísque, o Brasil não pode continuar no submundo do crime", afirmou. O candidato disse também que o governo não gosta dos pobres porque o maior aumento do salário mínimo de 16% foi dado em um ano eleitoral. Nos dois primeiros anos do governo Lula, esse aumento foi de apenas 1% segundo Alckmin. "O governo atual não gosta das pessoas mais pobres. Ele gosta do poder. Ano que vem não tem eleição", afirmou Alckmin, acrescentando que já está no orçamento uma previsão de aumento de apenas R$ 25 no salário mínimo. O tucano reafirmou que irá manter o Bolsa Família e reduzir a carga tributária, combater o desemprego e priorizar a segurança pública. Também voltou a criticar a posição do governo brasileiro em relação à Bolívia, que teria sido "dúbia": "o presidente do Brasil tem que defender o interesse do trabalhador brasileiro", disse.

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