29 de julho de 2010 | 00h00
O candidato ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), rechaçou ontem críticas ao sistema educacional paulista, defendeu a bonificação por mérito para professores e disse que aumentará o número de escolas que disponibilizam aulas em período integral.
O tema da educação no Estado, ao lado dos pedágios, é considerado por adversários o calcanhar de Aquiles das gestões tucanas. Para rebater as críticas, Alckmin vem ressaltando, em suas entrevistas e discursos, os números do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) no Estado. São Paulo foi primeiro lugar da 5ª à 8ª séries e segundo da 1ª à 4ª séries.
No Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), contudo, apenas duas escolas públicas figuraram entre as 10 melhores no Estado ? e só admitem alunos por vestibular.
"Eu sou favorável a concurso público e carreira, mérito e aumento", disse o tucano em entrevista à Rádio Bandeirantes, na capital paulista "Quem ultrapassar o benchmark recebe dois, três salários no fim do ano para a equipe, o que estimula o mérito e os resultados."
Alckmin disse também que pretende expandir o número de escolas que funcionam em tempo integral no Estado. Hoje são cerca de 500. "Vamos implantar segundo período com reforço escolar, informática, segunda língua e atividade esportiva."
O discurso cauteloso do tucano, após duas pesquisas de intenção de voto divulgadas nesta semana, que o colocaram vitorioso no primeiro turno, mantém-se em voga. Ele se esquiva de entrar em polêmicas. Quando indagado sobre a insatisfação de servidores com salários ? que motivou um período de greve envolto em polêmicas sobre uso político da categoria em período de pré-campanha ?, preferiu discursar sobre um melhor aproveitamento do ensino médio e técnico.
"É preciso tornar a escola mais atrativa, porque tem aluno querendo trabalhar, ganhar dinheiro. O ensino técnico ajuda muito", afirmou. O candidato tucano disse que pretende abrir escolas de ensino médio à noite para cursos técnicos, o que garantiria dois diplomas para os alunos.
Sobre as greves e conflitos na USP, Alckmin afirmou que pode "até rediscutir" a autonomia administrativa da instituição, mas que confia no reitor João Grandino Rodas para solucionar impasses futuros.
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