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Alckmin promete reduzir gastos da máquina e impostos

"A taxa de juros é a maior do mundo porque a política fiscal é de má qualidade. E aí o País não cresce"

Por Agencia Estado
Atualização:

O candidato à Presidência da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin, criticou a política econômica do atual governo e prometeu inverter a lógica atual da política fiscal, que, segundo ele, tem levado ao aumento da carga tributária. "Eu vou fazer o contrário: reduzir os gastos e reduzir os impostos para o País poder crescer", prometeu o candidato em entrevista ao Jornal da Globo. Ele disse que com isso estará aberto o caminho para a redução de juros: "A taxa de juros é a maior do mundo porque a política fiscal é de má qualidade. E aí o País não cresce." Ele criticou o aumento de gastos públicos do governo federal nos últimos meses por conta do período eleitoral. "O governo gastou nos últimos 90 dias, em razão da eleição, R$ 20 bilhões, praticamente 1% do PIB", afirmou Geraldo Alckmin. "É a receita contrária do que eu vou fazer: reduzir gastos correntes, aumentar investimentos para o Brasil crescer", salientou o candidato do PSDB. Alckmin prometeu promover uma redução geral de impostos, a começar pelo Imposto de Renda da Pessoa Física. "Hoje os assalariados de menor renda pagam Imposto de Renda." Alckmin salientou que a política fiscal, aliada ao câmbio valorizado, tem levado o Brasil a crescer bem menos do que a média mundial, ficando à frente apenas do Haiti. "Ora, o Brasil não pode ser o último da fila dos emergentes", comparou o peessedebista. Segundo ele, no ritmo atual, o Brasil vai levar cem anos para dobrar a renda per capita, além de não gerar quantidade suficiente de empregos. "O candidato Lula prometeu dez milhões de empregos e não chegou nem à metade", lembrou. Segurança O ex-governador de São Paulo também criticou a omissão do governo federal em relação à segurança pública e relacionou os recentes ataques do crime organizado, em território paulista, à proximidade das eleições. "Se São Paulo não tivesse sido duro com o crime organizado não teria acontecido absolutamente nada", afirmou referindo-se à prisão de 90 mil criminosos durante os governos Covas/Alckmin. "E eles querem interferir no processo eleitoral", denunciou. "Eles sabem que comigo não vai ter omissão." Ao ser perguntado por que São Paulo não enviou até agora nenhum preso para o presídio federal de Catanduvas (PR), o candidato disse que esse é um assunto administrativo do atual governador. Mas ironizou a participação federal no setor, lembrando que São Paulo tem três penitenciárias de segurança máxima. "Aliás, aquele traficante de outro Estado que era para ficar 30 dias aqui ficou dois anos e meio", lembrou Alckmin. "Eu fiz 75 unidades prisionais", comparou. "O governo federal conseguiu, em quatro anos, fazer uma penitenciária. E tem até agora 30 presos." O candidato do PSDB reiterou que se eleito encaminhará a reforma tributária e a reforma política ainda no mês de janeiro próximo. Provocado, ele se disse contra a desvinculação do salário mínimo como piso da Previdência e também contra a proposta de idade mínima de 65 anos para todos os trabalhadores. "O problema da Previdência é que metade dos trabalhadores está na informalidade", diagnosticou. E aproveitou para criticar a proposta do presidente Lula de uma Assembléia Constituinte para discutir a reforma política. "Veja o absurdo da proposta: parar o Brasil para fazer uma reforma política", alfinetou. "O problema é que hoje se tem corrupção com impunidade, questão que não se resolve com reforma política", ponderou. "Mas com firmeza do governo."

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