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Alckmin reafirma que há espaço para corte de gastos, Lula discorda

O tucano criticou também o governo petista por gastar com juros da dívida. Lula rebateu com críticas ao governo de FHC

Por Agencia Estado
Atualização:

No debate com os presidenciáveis no SBT, o presidente e candidato à reeleição, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), criticou o fato de seu adversário na disputa, Geraldo Alckmin (PSDB), dizer em sua campanha que vai cortar gastos. Para Lula, isso só poderá acontecer se os recursos saírem da área social. E questionou o tucano: "Como num orçamento onde só R$ 22 bilhões não estão comprometidos, Alckmin vai fazer para agradar a pequena elite da sociedade brasileira, cortando gastos." Alckmin rebateu dizendo que lula reduziu gastos na saúde, na cultura, no saneamento e na habitação. "Reduziu em tudo, tudo, tudo", enfatizou. "Somos candidatos diferentes", alegou o tucano criticando o grande número de ministérios, 34 ao todo, e os cargos comissionados do governo. "Vou cortar por que o Brasil não suporta", prometeu Alckmin. O candidato pelo PSDB voltou a bater na tecla da alta carga tributária da gestão Lula que recai sobre os brasileiros. Lula falou dos quatro ministérios da área social que, segundo ele, tem um valor "incomensurável" para sociedade . "Todo o tempo que vocês (os tucanos) governaram, o Brasil não cresceu, não controlou a inflação, não fez nada", atacou o petista. Na tréplica, Alckmin voltou a dizer que Lula não vai cortar gastos e criticou o excesso de ministérios e a compra do Aerolula. "O governo tem que dar o exemplo, evitar o desperdício" e prometeu que vai fazer isso. Ainda citou os governos tucanos que reduziram a gastança, como o de Aécio Neves, governador reeleito em Minas Gerais, e Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente, cujo mandato antecede o de Lula. Previdência Alckmin também questionou Lula sobre os gastos do governo federal com os juros da dívida. Ele ressaltou que o lucro dos banqueiros e de suas instituições triplicou no governo petista, "subindo para 20 bilhões por semestre." Lula respondeu, então, que o empréstimo está mais barato hoje e disse que se o banqueiro quebra, todos sofrem. Ele acrescentou que, desde o início de seu governo, "as pessoas estão comendo mais, estão vivendo mais". O petista finalizou afirmando que o povo brasileiro, hoje em dia, está muito mais feliz do que no governo anterior. Alckmin, em sua réplica, disse que "nós (ele e Lula) somos diferentes. Ele (Lula) acha que tudo está bom. A realidade é muito diferente. Ele afirmou também que, mesmo com R$ 329 bilhões de juros, não há dinheiro para dar aumento aos aposentados." Já Lula rebateu, na tréplica, as afirmações de Alckmin dizendo que seu governo deu somente "5% de aumento aos aposentados" porque a previdência não pôde dar. Cortes na saúde Questionado por Lula sobre onde faria corte de gastos, Alckmin não respondeu e destacou que, no governo petista, eles ocorrem na área de saúde. "Retirar 1,6 bilhão da saúde não está correto. Governar é escolher. Não dá para tirar dinheiro da saúde. A qualidade do SUS está piorando", disse, referindo-se aos investimentos no Sistema Único de Saúde. Ele reforçou que a sua idéia é priorizar o controle dos gastos, mas com o objetivo de que escândalos como da máfia das ambulâncias não se repitam.

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