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Alckmin resiste à pressão e evita ataques

Candidato afirma que sua campanha segue caminho lógico, mas preocupação entre aliados aumenta

Por Agencia Estado
Atualização:

Apesar da pressão crescente para que adote um discurso mais duro contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, disse nesta quarta-feira, 23, que manterá a estratégia de evitar os ataques pessoais ao adversário, centrando suas críticas na administração petista. ?O governo tem uma máquina publicitária muito grande, descolada da realidade, e o Lula vive em um mundo virtual?, afirmou. A ampliação da vantagem de Lula e o recorde da avaliação positiva do governo registrados na última pesquisa Datafolha preocuparam os aliados de Alckmin. ?A conjuntura é realmente desfavorável. Não dá para tapar o sol com a peneira?, desabafou o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG). ?O problema é que, com a economia indo bem, muitos dos erros do governo e do presidente são relevados.? O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), que até agora vinha sendo o único a protestar contra a posição de Alckmin, ganhou ontem o reforço do senador Álvaro Dias (PSDB-PR). ?O Lula está crescendo porque não está sendo atacado?, disse. ?Subiu porque a campanha começou e nós paramos de bater.? Mas Dias destaca: ?Não é o Alckmin quem tem que fazer os ataques. Nós, seus aliados, é que devíamos ter nos organizado para manter as denúncias.? ?Meu papel é ajudar o Alckmin, mas está difícil. Não há combate?, queixou-se ACM. Ele insistiu em que ?é necessário mudar o estilo da campanha por inteiro?, não apenas o estilo do candidato. ?É preciso ter mais indignação e mostrar mais a corrupção de Lula. Enquanto isto não for feito, o prestígio de Lula e a avaliação do governo vão continuar subindo." ´Viés de alta? Alckmin argumentou que a campanha não pode ser ?errática?, pois ?tem lógica, um caminho, coerência e verdade?. Para ele, não há porque se impressionar tanto ?com essa coisa numerológica?, porque a decisão do voto é um processo e sua candidatura pegou um ?viés de alta?, que não se inverterá mais. ?É para cima e para o alto?, proclamou, ao garantir que haverá segundo turno entre ele e Lula. ?Infelizmente, há um abismo entre o falar e o fazer no Brasil?, lamentou, referindo-se ao fato de Lula ter mentido ao Jornal Nacional, dizendo que seu governo, não o de Fernando Henrique Cardoso, obtivera a mais baixa taxa de inflação da história. Alckmin criticou o fato de Lula ter aumentado o salário mínimo em ano eleitoral e antecipado o 13º salário do funcionalismo em plena campanha. Para o tucano, o presidente usa a máquina pública e subestima a inteligência do eleitor.

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