Alckmin revela detalhes do seqüestro e oferece recompensa

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Por Agencia Estado
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O governador Geraldo Alckmin (PSDB) revelou hoje, durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, um suposto representante da quadrilha que seqüestrou o prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), chegou a propor sua libertação em troca da transferência, para São Paulo, de presos que estaria fora do Estado. Segundo o governador, essa proposta foi feita ao senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que a comunicou ontem à noite, antes da reunião com os prefeitos do PT para avaliar o episódio. Alckmin disse que autorizou Suplicy a prosseguir os entendimentos e declarou que o governo estadual estaria disposto a estudar a possibilidade de transferência dos presos, caso os sequestradores oferecessem provas de garantia de vida de Celso Daniel. Como Suplicy viajaria logo cedo para Juazeiro (CE), Alckmin disse que o senador comunicou a exigência ao representante da quadrillha e marcou novo contato para às 5h30. Alckmin disse que deixou com Suplicy os números do seu telefone e o do secretário da Segurança Pública, Marco Vinicio Petrelluzzi, para que fossem comunicado do andamento das negociações. "Hoje às 6h o Suplicy ligou dizendo que a pessoa que falava em nome da quadrilha alegava dificuldade de comprovação de vida, mas insistiu na proposta." Ainda de acordo com o relato de Alckmin, o próprio representante da quadrilha lhe telefonou 10 minutos depois, utilizando o número de telefone fornecido por Suplicy e ele reiterou que o governo estadual estava disposto a negociar, desde que fosse fornecida a prova de que Celso Daniel estava vivo. O representante da quadrilha disse ao governador que voltaria a ligar às 10h30, mas às 10h foi Suplicy quem ligou para Alckmin, informando que o novo contato seria feito às 15 horas. Não houve novo contato, até porque o corpo sem vida de Celso Daniel já havia sido localizado pela polícia por volta das 7h40 em Juquitiba. O governador admitiu que a pessoa que dizia falar em nome da quadrilha pode ter sido um aproveitador "que pegou carona" no caso, acontecimento usual nessas circunstâncias. Recompensa e contratações - Na mesma entrevista, o governador anunciou que o governo estadual pagará R$ 50 mil para quem fornecer informações que levem à prisão dos integrantes da quadrilha que assassinou o prefeito de de Santo André, Celso Daniel. Alckmin disse que assinou decreto regulamentando a chamada Lei da Recompensa, aprovada pela Assembléia Legislativa, que prevê pagamentos de R$ 5 mil a R$ 50 mil nesses casos. "Essa é uma guerra", disse o governador ao destacar seu empenho na prisão dos autores do crime. Na mesma entrevista, Alckmin anunciou que, além de providências estaduais, o governo paulista vai propor uma série de medidas de caráter legal e administrativo ao governo federal para conter a escalada da violência. Ele disse que terá audiência com o presidente Fernando Henrique Cardoso, amanhã, às 17h horas, no Palácio do Planalto, para apresentar as propostas. A contratação emergencial de 6 mil jovens para a execução de atividades burocráticas exercidadas atualmente por policiais foi outra providência anunciada pelo governador no plano estadual, para reforçar o policiamento nas ruas. Alckmin manifestou profunda consternação e indignação diante "de tamanha barbárie e tamanha crueldade".

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