Aluna não foi estuprada, só roubada, diz Universidade Federal do Acre

Colegas da vítima afirmam que ela foi estuprada, mas familiares não querem registrar ocorrência

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Por Nayanne Santana
Atualização:

RIO BRANCO - Depois que a notícia de que a jovem J.L. de 19 anos, acadêmica do curso de enfermagem da Universidade Federal do Acre (Ufac), teria sido estuprada no câmpus da universidade ganhou repercussão nacional a coordenadora do curso de enfermagem, Cláudia Machado, entrou em contato com a reitora Olinda Batista para comunicar que o fato era inverídico, de acordo com relatos da própria jovem.

 

 

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Segundo Batista, a coordenadora do curso visitou a casa da jovem e conversou com ela e com seus pais. A família e a suposta vítima negaram a violência sexual e asseguraram que a acadêmica foi apenas assaltada.

"A estudante confirmou a coordenadora do curso que estava no ponto de ônibus quando foi abordada por um homem armado. Ela disse ainda que foi arrastada para uma área da mata do Parque Zoobotanico e lá ele roubou sua bolsa, mas não a violentou sexualmente", disse a reitora Olinda Batista.

A estudante, que supostamente teria sido vítima de violência sexual, não registrou nenhuma ocorrência policial sobre o fato ocorrido por volta das 17 horas de quinta-feira no câmpus da Ufac.

Entretanto, colegas de curso da estudante garantem que ela foi estuprada, mas, que pelo fato de ser evangélica, seus familiares preferiram não registrar queixa na Delegacia da Mulher.

"Como ela foi atendida em uma clínica particular depois que foi violentada, a Delegacia da Mulher não tem nenhuma documentação que comprove o estupro e eles decidiram não registrar queixa. A família pediu que a instituição não confirmasse o caso para preservar a moça, por isso, só falam no assalto", contou um funcionário da Ufac que preferiu não revelar o nome por receio de sofrer represálias.

Durante a manhã desta sexta-feira, centenas de alunos da Ufac foram ao prédio da reitoria para promover uma manifestação exigindo mais segurança no câmpus.

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Batista admitiu aos estudantes que tem medo de sair do prédio da reitoria durante a noite porque não há seguranças no local que possam garantir sua integridade.

Porém, a reitora ressaltou que têm sido feitos investimentos para melhorar a situação no local. Ela afirmou que uma empresa terceirizada foi contratada para instalar câmeras de segurança em áreas estratégicas do câmpus e que essa empresa já foi contactada para captar as imagens das proximidades local onde teria ocorrido o estupro. Essas imagens poderão ser utilizadas para identificar o criminoso.

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