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Alunos de escola alvo de atirador em Realengo vão ao cinema

Desde massacre ocorrido no mês passado foram feitos ao menos 30 pedidos de transferência

Por Pedro Dantas
Atualização:

RIO - Os alunos da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio, da Silveira assistiram gratuitamente ao filme Rio, em uma promoção do shopping Sulacap, na zona oeste da cidade.

 

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A sessão de cinema foi tranquila, mas nem sempre os planos de diversão funcionam para os estudantes ainda traumatizados. Na terça, o som da equipe de funk Furacão 2000 assustou uma aluna. "A menina chegava à escola com o pai, mas saiu correndo quando ouviu as batidas da música e a gritaria das crianças", disse Eliane Ferreira, de 26 anos, cujos dois filhos adolescentes presenciaram o massacre.

 

Na opinião de alguns pais, outro passeio de gosto duvidoso foi levar os 50 alunos das salas onde o atirador matou 12 estudantes para visitar o Monumento aos Pracinhas, no Aterro do Flamengo (zona sul). Os alunos das turmas do 7º e 8º ano visitaram o museu com armas e roupas utilizadas pelos soldados na 2ª Guerra Mundial. Na ocasião, as professoras alegaram que a intenção da atividade era "retirar as crianças do ambiente da tragédia."

 

Desde o massacre ocorrido no mês passado foram feitos pelo menos 30 pedidos de transferência e 21 novos pedidos de matrícula na escola. Insatisfeitos, os pais planejam uma manifestação. As aulas ainda não foram retomadas. O Estado tentou contato com a Secretaria Municipal de Educação, mas não houve retorno.

 

Memória. Na manhã do dia 7 de abril, o ex-aluno Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, entrou no colégio com a justificativa de que pegaria um histórico escolar. Ele entrou em duas salas e matou 12 estudantes, com idades entre 12 e 14 anos. O atirador deixou cartas e vídeos nos quais alegava que a motivação da chacina era a vingança pelo bullying que sofreu na escola. Dois feridos permanecem internados, mas não correm risco de morrer.

 

Texto atualizado às 19h10.

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