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Alunos do Ceunsp, de Itu, encerram greve

Por Agencia Estado
Atualização:

Os cinco mil alunos do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (Ceunsp), de Itu, em greve desde o último dia 9, em protesto contra mudanças no critério de avaliação do seu desempenho, retornaram às aulas nesta quarta-feira. O fim da greve foi decidido em assembléia realizada nesta quarta, depois que a reitoria da universidade concordou em compensar as faltas e discutir as reivindicações dos alunos. Eles reclamam que a alteração no sistema de avalização contraria a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) pois foi feita no transcurso do ano letivo. Os alunos foram informados durante a semana de provas, através de um painel. Com as alterações, os estudantes que antes eram submetidos a duas avaliações e tinham a soma das notas dividida por dois, passaram a ter a soma das provas multiplicada por seis e dividida por 10. Isso ocorre porque a primeira avaliação passou a ter peso dois e a segunda, peso quatro. Ao mesmo tempo, o aluno que não conseguir alcançar a média mínima, que é de cinco pontos, será submetido a um provão, que tem peso quatro. Segundo Lúcia Cristina Onuki, uma das representantes dos alunos, com o novo método, para que o estudante possa alcançar a média somente com as duas primeiras avaliações, ele será obrigado a tirar nota 8,5 nas duas provas. "Isso faz com que o provão, que é colocado como opcional pela reitoria, passe a ser obrigatório, afinal ficará muito difícil alcançar a média somente com as duas primeiras provas." Os alunos reclamam que o processo deveria ter sido discutido com antecedência não só com o corpo discente, como também com os professores. "Solicitamos que essa alteração seja feita somente no semestre que vem", explicou Cristina. "A única contraproposta que tivemos da reitoria, que também só nos atendeu perante a Justiça, foi que, caso alguém se sinta prejudicado, que entre com um processo para requerer nova avaliação." Segundo ela, será feita uma ação conjunta contra o novo critério que, até esta quarta, tinha mais de 200 adesões. Os alunos protestaram contra o novo sistema também decidiram pagar em juízo as mensalidades. Num abaixo-assinado encaminhado à reitoria do Centro, os alunos apresentam mais 23 reivindicações, que apontam para a necessidade de estender a semana de provas, tendo em vista que alguns cursos possuem até 14 matérias, adequação das clínicas da escola para a realização de um atendimento adequado, permissão de retirada de livros e aumento do acervo da biblioteca, aquisição de equipamentos de auxílio às aulas, como retroprojetores e vídeos e melhorias nas salas de aula e sanitários. Eles reclamam também de que a maioria dos cursos oferecidos pela universidade não é reconhecida pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC). "Alguns, como o de turismo, ao que consta, nem foram autorizados." A reitoria foi procurada nesta quarta-feira, por telefone, mas até o fim da tarde não tinha retornado às ligações.

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