
10 de agosto de 2011 | 00h00
Ricardo Engels Garay, sócio da produtora Jinga, não fala em valores, mas diz que em ano de eleição é como se houvesse um mês a mais na receita da empresa. O publicitário PC Bernardes, dono da Amics Áudio, diz que as eleições municipais são um período melhor para as empresas do que quando há disputa para a Presidência. "Em eleições para presidente e governador, você tem no máximo umas 60 campanhas grandes pelo País. Já nas municipais, você tem pelo menos umas mil que compensam. O mercado é maior."
O professor do curso de publicidade do Mackenzie Adolpho Queiroz diz que essa profissionalização do que antes tinha ares de amadorismo pode ser uma das explicações de por que os jingles das eleições recentes não ficaram na memória do eleitor. "Os marqueteiros tem utilizado técnicas e instrumentos muito parecidos e isso nivela as campanhas por baixo."
O especialista em marketing político Carlos Manhanelli tem outra explicação: "Os jingles que marcam mais são os das campanhas que estão mais aquecidas". "Por exemplo, o do Jânio Quadros na década de 60. Qualquer pessoa com mais de 40 anos, se você falar "Varre, Varre", canta o resto. Depois, tivemos a campanha do Lula, que também foi altamente emocional. As outras não foram tão emotivas", avalia. "Então, por melhor que seja o jingle, ele não gruda, não vira o famoso chiclete de ouvido."
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