Ambulante do ônibus 499 sempre foi violento, diz ex-sogra

Ribeiro ameaçou a ex-sogra e sua ex-mulher quando ela disse que se separaria

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O ambulante responsável pelo seqüestro do ônibus 499, André Ribeiro, sempre foi violento, segundo afirmou a mãe de Cristina Ribeiro, ex-mulher do homem preso na sexta-feira. Aos prantos, dona Eunícia contou neste sábado que Ribeiro já havia ameaçado sua filha de morte antes. "Quando ela dizia que queria se separar, ele falava: `se você fizer isso, vou matar você e sua mãe´", disse a senhora, que, além de ex-sogra, é também tia de André. Ela e a mãe dele, Nair, são irmãs (André e Cristina são primos de primeiro grau). Dona Eunícia revelou que a filha apanhou tanto dentro do 499 que teve o maxilar quebrado. Ficou ainda com hematomas e sente fortíssima dor de cabeça. Segundo dona Eunícia, dona-de-casa de 62 anos que mora em Austin, na Baixada Fluminense, junto com Cristina e a outra filha, Regina, a família achou melhor retirar a moça da casa, para que ela possa descansar e tentar superar o trauma. Cristina foi levada para a casa de outros parentes, onde deve ficar por alguns dias. "Ela está muito nervosa e teve que ser sedada", justificou. A senhora lamentou que o episódio tenha acontecido dois dias antes do aniversário do caçula de Cristina, que completa três anos neste domingo. A festinha que estava planejada foi suspensa, uma vez que a mãe está em frangalhos e o pai está preso. Regina confirmou que o relacionamento da irmã com André Ribeiro era mesmo difícil. Quando o casal estava em casa, com os três filhos, tudo ia bem. Mas bastava Cristina sair, mesmo que fosse para trabalhar, para que o marido tivesse crises de ciúme. "Ele sempre foi estranho. Desde pequeno, era muito calado e, ao mesmo tempo, nervoso, agressivo", lembrou. Tensão A desconfiança era tamanha, segundo Regina, que, depois da separação, Ribeiro passou a observar a ex chegar do trabalho, perto de sua casa, para verificar seus horários. O vigia Nivaldo Dutra Viana, de 49 anos, sobrinho de Cristina, disse que toda a família ficou abalada. "Eu não vou jogar pedra nele. Também já passei por uma separação, sei a dor que dá. Mas ele não podia ter feito isso." Viana não acredita que Cristina tenha traído o marido. "Ela vivia para ele e para os filhos."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.