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Anac fará auditoria na venda de passagens aéreas

Pivô da crise aérea dos últimos dias, TAM é o principal alvo do levantamento

Por Agencia Estado
Atualização:

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) realiza, a partir desta terça-feira, 26, uma auditoria na TAM para investigar o excesso de cancelamentos de vôos e os atrasos que atormentaram a vida dos passageiros em todo o País nos dias que antecederam o feriado de Natal. Se ficar comprovado que vendeu passagem além do número de vagas nos aviões (overbooking), a empresa será punida, ato que favorecerá as ações individuais de passageiros prejudicados. Os técnicos da Anac chegarão a São Paulo, sede de quase todas as companhias aéreas, para passar também um pente-fino nos sistemas de reservas e vendas de passagem de todas elas, a fim de evitar a repetição do caos dos últimos dias no feriado do ano-novo. Uma equipe menor vai para o Rio fiscalizar a central de vendas da Varig. Há indícios de que algumas companhias, sobretudo a TAM, venderam passagens em excesso também para o réveillon, que deverá registrar movimento aéreo ainda maior do que no Natal. Entre as evidências contra a companhia, em poder da Anac, consta um vídeo, feito por um dos passageiros, num avião com 25 passageiros a mais do que o número de vagas. O vídeo mostra funcionários da TAM oferecendo R$ 1.500,00 a quem aceitasse, espontaneamente, descer da aeronave. Há relatos de casos em que a empresa chegou a oferecer R$ 5 mil para passageiros que desistissem do vôo. Vôos charters x vôos regulares Durante a inspeção, será analisado também o efeito do número excessivo de contratos de vôos charters sobre as linhas regulares das empresas. Um das dificuldades que agravaram a crise operacional da TAM no Natal foi o uso de aviões da frota de 85 aeronaves para atender os contratos de charters. A Anac constatou que a quantidade de contratos especiais para o réveillon é muito maior do que a do Natal. Os principais destinos são cidades litorâneas do Nordeste, mas há muitas encomendas também para o exterior. "Vamos vasculhar tudo e levantar com precisão quantos bilhetes foram vendidos e a disponibilidade real de assentos. Esse problema (overbooking) não vai se repetir no ano-novo", afirmou o presidente da Anac, Milton Zuanazzi. Por causa dos obstáculos do feriado do Natal, quando ocorreram prisões, invasões de pista, depredações e confrontos entre passageiros e funcionários, no maior caos da aviação brasileira, a TAM teve a venda de passagens suspensa pela Anac desde sexta-feira (22). A proibição termina nesta terça-feira, mas poderá ser retomada se ficar comprovado que a empresa vendeu passagens em excesso também para o ano-novo. Em nota distribuída nesta segunda-feira, a TAM nega a acusação de overbooking e credita os atrasos e cancelamentos de vôos ao fechamento do Aeroporto Internacional de Congonhas, na zona sul de São Paulo, por causa de um temporal e da retirada de seis aeronaves para manutenção não programada. Culpou também as quedas sucessivas na rede de dados do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro Tom Jobim/Galeão, afetando as comunicações da companhia com a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero).

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