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Análise: Desafio de nova comissão da Arquidiocese será fazer apuração cuidadosa

O grande desafio será realizar apurações bem informadas, para que os abusadores sejam identificados e punidos, mas evitando que denúncias sejam usadas contra inocentes

Por Francisco Borba Ribeiro Neto
Atualização:

A Comissão agora criada em São Paulo está inserida numa terceira fase da luta da Igreja Católica contra os escândalos envolvendo menores. Na primeira, que corresponde aproximadamente ao período de João Paulo II, se percebeu o problema, antes minimizado, considerado muito raro ou fruto de calúnias contra sacerdotes. A segunda, que se inicia ainda naquele pontificado, mas coincide principalmente com o de Bento XVI, é a do reconhecimento público das dimensões do problema e da criação de medidas para sua superação.

'Para as vítimas, sempre é tarde', afirma cardeal Foto: ALEX SILVA/ESTADAO

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Na última, sob responsabilidade do papa Francisco, se procura aprimorar esses mecanismos e, sobretudo, dar visibilidade às ações adotadas, tanto para responder às vítimas e à população quanto para facilitar a denúncia de outros casos. O grande desafio será realizar apurações cuidadosas e bem informadas, para que os abusadores sejam identificados e punidos, mas evitando que denúncias sejam usadas contra inocentes, para fins políticos ou de extorsão (como já aconteceu entre nós).

*COORDENADOR DO NÚCLEO FÉ E CULTURA DA PUC

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