
13 de outubro de 2014 | 22h55
O rigor normativo, que agrada a poucos e entristece muitos, era justificado por sua função pedagógica. Normas claras, valores precisos - e a interpretação e aplicação dos preceitos bíblicos fundamentais - se orientavam nesse sentido.
Agora, percebe-se que esse enfoque não está adequado. Uma excessiva preocupação doutrinal ofuscou os próprios valores que se buscava preservar. O novo enfoque se preocupa mais em demonstrar do que em justificar esses valores. Com isso, a Igreja obriga-se a olhar o mundo a partir desse amor, perguntando-se se ele chega às pessoas e como se manifesta em suas relações. Não se nega os valores, o relatório é claro nisso, mas se muda o enfoque de sua aplicação. A proposta não é tão nova assim, mas o caminho é longo e delicado, exige coragem e abertura para o novo, respeito e valorização da tradição. A Igreja sempre avança por sínteses entre o velho e o novo. Parece que o momento é adequado para uma nova síntese com relação à família.
* É COORDENADOR DO NÚCLEO FÉ E CULTURA (PUC-SP)
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