Andarilho baiano queria chegar a Nova York; parou no Chile

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Por Agencia Estado
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O trabalhador rural Marivaldo Amorim de Souza, de 24 anos, achado há duas semanas perambulando no deserto de Atacama, no Chile, retornou nesta quinta-feira ao ponto de partida de sua jornada, a cidade de Buerarema, sul da Bahia, onde morava antes de desaparecer há dois anos. Antes de seguir para o interior baiano, o andarilho que aparenta ter problemas mentais, disse numa rápida entrevista no aeroporto de Salvador, que pretendia chegar a Nova Iorque, quando saiu de Buerarema. "É uma cidade que fala, conversa, é vida". Souza ficou assustado com a quantidade de repórteres, fotógrafos e cinegrafistas que o aguardavam no aeroporto de Salvador. Embora um pouco pálido ele estava com uma aparência bem melhor de quando foi achado maltrapilho pela polícia chilena. Engordou visivelmente nos últimos dias, estava com o cabelo e barba cortados. Ele não soube explicar como foi parar em Atacama. Disse apenas lembrar que saiu "de pé, pela estrada de chão" de Buerarema até conseguir carona de um camioneiro. Perguntado do que se lembrava da aventura no Chile, citou apenas o calor forte e o frio do deserto. Marivaldo disse, sem muita segurança, ter ficado pelo menos três dias sem se alimentar até ser recolhido pelos policiais da região de Huara, receber comida e roupas novas. A demora na repatriação de Marivaldo foi causada pela espera de documentos e checagem de impressões digitais, solicitados pelo consulado do Brasil no Chile, para confirmar a identificação do rapaz que é analfabeto. Com a chegada dos documentos, na terça-feira desta semana, ele foi encaminhado para Santiago, onde permaneceu com as autoridades locais da imigração, informou o cônsul. Ao desembarcar, à tarde, em Salvador foi conduzido para o posto policial do aeroporto onde tirou um documento de identificação provisório. Depois embarcou num vôo para a cidade de Ilhéus no sul da Bahia e de lá seguiria de carro para Buerarema.

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