Andreas reencontra irmã na reconstituição do crime

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Andreas Albert, de 15 anos, perdoou a irmã Suzane Louise, de 19, que matou os pais, Manfred Albert e Marísia von Richthofen. Eles se reencontraram nesta quarta-feira, durante a reconstituição do crime, seis dias depois de ela confessar à polícia que planejara o crime com o namorado, Daniel Cravinhos de Paula e Silva, de 21, do qual participou ainda o irmão deste, Christian, de 26. Abraçaram-se, conversaram, deram-se as mãos e choraram na casa da família. O filho mais novo dos Von Richthofen, de camisa azul-clara, chegou à casa da Rua Zacarias de Góis, no Brooklin, zona sul de São Paulo, por volta das 9h30. Estava no carro da advogada de Suzane, Cláudia Bernasconi, um Santana verde. Entrou na casa, já cercada por policiais civis do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), sem dizer nada e ficou esperando a irmã e os outros dois presos pelo crime. Circulou pela residência e viu quando Suzane entrou, com os cabelos cobrindo o rosto, escoltada por um policial. Nesse primeiro momento, de acordo com a polícia, eles não tiveram contato. Suzane, que havia sido agredida na chegada por pessoas que cercavam a casa, chorava e tinha as mãos algemadas nas costas. Os policiais levaram-na para o quarto de empregada, localizado em uma edícula, nos fundos da casa. Deveria ficar isolada no local para que não tivesse contato com os outros acusados do crime antes da realização da reconstituição do delito. O objetivo era evitar que combinassem suas versões. A jovem ficou sozinha durante algum tempo no quarto. Depois, pôde reencontrar o irmão, na presença de um investigador, que os ficou vigiando. Segundo a polícia, eles conversaram pouco. Era a primeira vez que Suzane via alguém de sua família desde a confissão. Na carceragem do 89º Distrito Policial, onde está presa desde sexta-feira, só recebera a visita de um amigo de seu pai, que trabalha na empresa Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa), e da advogada. Na cela que divide com uma outra presa, Suzane escrevera no fim de semana um bilhete para o irmão, pedindo o seu perdão. Ela o entregou para o amigo do pai. Andreas recebeu o bilhete e escreveu outro, perdoando-a. Após o crime, o rapaz foi morar com um tio, Miguel Abdalla, irmão de sua mãe, que obteve a guarda provisória. Ele está sendo acompanhado por um psicólogo. Nesta quarta-feira, Andreas deixou claro, na frente da irmã, que a perdoava. Os dois permaneceram juntos por cerca de três horas. Foram separados quando Suzane teve de contar sua versão do crime aos peritos criminais do DHPP. Ao confessar o crime, ela disse que abriu a porta da casa para que o namorado e o irmão deste entrassem, com barras de ferro, e matassem seus pais, que dormiam no quarto do casal, no piso superior do sobrado da família. Enquanto isso, Suzane aguardou dentro de seu Gol amarelo, estacionado na garagem, e circulou pelos cômodos térreos do sobrado. Além dos policiais, promotores e advogados, estava na casa a escritora Ilana Casoy, especialista em livros sobre histórias de assassinos em série. Esteve no local também o criminalista Nicolau Zacharias Toron, contratado pela família. Acompanhe toda a história nos links abaixo. » Quinta, 31/10: Casal é assassinado no Campo Belo » Para vizinhos, casal era "simpático e reservado" » Sexta, 1/11: Policiais investigam namorado e filha do casal » Segunda, 4/11: Filha do casal depõe pela segunda vez » Terça, 5/11: Polícia volta à mansão do casal assassinado » Quarta, 6/11: Para Polícia, casal foi assassinado por vingança » Quinta, 7/11: Preso o irmão do namorado da filha » Sexta, 8/11: Pedida prisão de suspeito de matar o casal » A Polícia conclui: Suzane, a filha, tramou o assassinato » Assassinos do casal têm prisão provisória decretada » Polícia encontra material furtado da mansão do casal » Suzane era meiga e quieta, dizem colegas » Richthofen era homem-chave do Rodoanel » Matam os pais e não mostram remorso » Especialistas acreditam em "distúrbio mental" » Casal queria mandar a filha para a Alemanha » Sábado, 9/11: "Cheguei a pensar em desistir, mas já não tinha volta", disse Suzane » Pena de assassinos do casal pode chegar a 50 anos

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.