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Angola nega procedência de minas achadas em favela

Por Agencia Estado
Atualização:

A embaixada de Angola no Brasil negou veementemente, hoje, que as minas terrestres encontradas na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, tenham sido contrabandeadas do país. Entretanto, admitiu a possibilidade de cidadãos angolanos residentes naquela região terem colaborado com os traficantes nos seus conflitos com a polícia, em decorrência de coação. O consulado-geral de Angola no Rio pediu esclarecimentos à Secretaria de Segurança Pública sobre informações que teria repassado à imprensa sobre a colaboração angolana no esquema do tráfico de drogas nas favelas cariocas e no contrabando de armamentos. Segundo o ministro-conselheiro da embaixada angolana em Brasília, Luis Filipe Galiano, há cerca de dois anos, informações semelhantes foram veiculadas na imprensa brasileira. Na ocasião, o então governador do Estado do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, as desmentiu publicamente. Para Galiano, a divulgação de dados ?equivocados? foi uma atitude de ?pessoas de má-fé?, cujo objetivo seria ?enquinar (atrapalhar) as excelentes relações entre o Brasil e Angola?. ?Nós desmentimos com toda a convicção que as minas terrestres vieram de Angola?, afirmou Galiano. Conforme explicou, seria impossível o contrabando desse armamento nas bagagens pessoais de viajantes angolanos ao Brasil, por conta dos necessários cuidados de transporte e do esquema de segurança nos aeroportos internacionais de Luanda e do Rio. Galiano explicou que cerca de 2.000 angolanos emigraram para o Rio desde o final dos anos 80, para escapar da guerra civil que assolava o país. Parte deles acabou residindo na Rocinha e em outras favelas da cidade. O diplomata ponderou que muitos desses cidadãos haviam tido experiência militar e poderiam ter sido coagidos pelos comandantes do tráfico a ensinar ?como se limpa e se usa uma arma?. Entretanto, insistiu que não podem ser considerados como instrutores de táticas de guerrilha.?Não desmentimos que há angolanos a viver nas favelas e que as lideranças do morro os obrigue a trabalhar para eles, de uma forma ou de outra?, afirmou.

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