
25 de maio de 2010 | 00h00
O pedido para que as autoridades "apurem o ocorrido e determinem a seus efetivos policiais que respeitem e façam respeitar o direito constitucional de liberdade de expressão e de imprensa", sintetizou a nota divulgada pela Associação Nacional de Jornais (ANJ) em protesto contra a prisão do jornalista Felipe Pereira.
Repórter policial do jornal Diário Catarinense, ele foi detido na sexta-feira passada, enquanto trabalhava na cobertura de manifestação de estudantes que protestavam contra o aumento na tarifa de ônibus urbano em Florianópolis.
Repúdio. Além da ANJ, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert) e a Associação Catarinense de Imprensa (ACI) também já manifestaram o repúdio à ação.
"Estou surpreso e ao mesmo tempo orgulhoso pelas manifestações de apoio que tenho recebido", afirmou Felipe Pereira que terá de responder a um Termo Circunstanciado (TC). A audiência está marcada para o dia 8 de setembro no Fórum de Florianópolis.
Algemado. Agredido com golpes de cassetete, ele foi algemado e teve a camisa rasgada ao ser levado em viatura policial à delegacia. Os policiais o denunciaram por injúria, desobediência e desacato.
No mesmo episódio, o repórter fotográfico Flávio Neves teve o flash quebrado por um policial à paisana que tentou, sem sucesso, arrancar a câmera de suas mãos. Ele não foi preso.
O repórter da RBS TV Rodrigo Faraco, que saiu em defesa de Felipe Pereira , chegou a ser ameaçado de prisão.
Comandante da PM em Santa Catarina, o coronel Valmir Cabral disse que a Polícia Militar vai investigar o caso.
O movimento contra o reajuste da tarifa de ônibus da Grande Florianópolis terá continuidade nesta semana, incluindo manifestações de protesto e intervenções artísticas como uma exposição de fotos mostrando a ação policial em recentes episódios.
Os estudantes estão mobilizados desde 7 de maio, quando foi anunciado o valor da nova passagem do transporte urbano: R$ 2,95 para o pagamento em dinheiro e R$ 2,38 no cartão.
Encontrou algum erro? Entre em contato