Ano eleitoral faz de SP 3º no ranking de invasões

PUBLICIDADE

Foto do author José Maria Tomazela
Por José Maria Tomazela e SOROCABA
Atualização:

O Movimento dos Sem-Terra (MST) usou o "abril vermelho" do ano eleitoral para engrossar o número de famílias dispostas a lutar por terra no interior paulista. Com 11 propriedades rurais invadidas, o Estado subiu para o terceiro lugar no ranking de invasões no País, atrás de Pernambuco e Bahia. No "abril vermelho" de 2009, o Estado era apenas o sexto.O movimento contabiliza a formação de oito novos acampamentos em regiões estratégicas para futuras ações. O número de famílias acampadas sob a bandeira do MST havia despencado nos últimos anos, fenômeno que o coordenador nacional Gilmar Mauro atribui à paralisação do processo de arrecadação de terras para assentar as famílias.Neste mês, o MST reforçou a presença de acampados na região de Iaras, onde as lideranças acreditam existir pelo menos 40 mil hectares de terras da União ocupadas por empresas de reflorestamento, usinas de açúcar e produção de laranja.Um novo acampamento foi instalado em Borebi, próximo da fazenda Santo Henrique, da Cutrale, invadida e depredada no ano passado - que resultou na destruição de 12 mil pés de laranja e na prisão de 11 militantes.Com a instalação de outro núcleo de acampados em Agudos, o MST fechou o cerco sobre as áreas que pretende obter para a reforma agrária na região. Outros três acampamentos estão nas cercanias de usinas de cana-de-açúcar e há um grande acampamento nos limites da Fazenda Nazaré, em Marabá Paulista, Pontal do Paranapanema.Calendário. Segundo Gilmar Mauro, o MST não se pauta pelo calendário eleitoral. "O que buscamos agora é a solução de problemas concretos, como a paralisia da reforma agrária e a falta de investimento nos assentamentos." Com a mobilização encerrada no campo e na rua, as ações continuam nos gabinetes, afirma ele."Eleição é no segundo semestre. O que buscamos agora é a solução de problemas concretos, como a paralisia da reforma agrária e a falta de investimento nos assentamentos."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.