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Apagão provocou transtornos no Rio

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo do Rio solicitou às empresas sediadas nos principais centros comerciais do Estado que liberassem seus funcionários mais cedo nesta segunda-faira para que a luz do sol fosse aproveitada na volta para casa, já que o funcionamento de energia não havia sido estabilizado até o fim da tarde. A cidade do Rio viveu uma tarde caótica, com sinais de trânsito apagados, trens e metrô parados, passageiros presos em elevadores. O blecaute foi sentido em todo a cidade e provocou um grave acidente na Barra da Tijuca, na zona oeste. Uma pessoa morreu e seis ficaram feridas, entre elas três crianças, na colisão entre uma Blazer e um Voyage devido à ausência de sinalização. Os feridos foram resgatados de helicóptero. Como o início da falta de luz coincidiu com o horário de almoço, nos prédios do centro pessoas se aglomeraram nas portarias e os edifícios comerciais que não possuem geradores tiveram suas atividades paralisadas, mas a Polícia Militar não registrou nenhum incidente relevante. O metrô deixou de operar às 13h35, quando as cinco subestações pararam de receber energia de alta tensão, e só voltou à normalidade às 16h54. Cerca de 1.800 pessoas estavam nos vagões de seis trens que pararam entre as estações. Os passageiros tiveram de ser retirados pelas saídas de emergência. "Para nós foi terrível porque não houve nenhum aviso prévio. Passaram-se três minutos e a energia não foi restabelecida, então iniciamos a evacuação das estações", afirmou o diretor de Marketing do Metrô, Luiz Mário Miranda. "Graças a Deus não houve pânico." Às 14h20, todas as estações estavam vazias e com as portas fechadas. Às 15h30, na estação da Carioca, a mais movimentada da capital, dezenas de passageiros que aguardavam a reabertura do metrô especulavam sobre o motivo do blecaute. "Não temos nenhuma informação, mas ouvi dizer que caiu um avião por aí. Só pode ter sido terrorismo", disse o militar Carlos Santos, de 57 anos. A aposentada Dely de Almeida Melo, de 71 anos, passou mal ao esperar, sob sol forte, pela volta das operações. "Vou para longe, por isso não vou pegar ônibus. Espero que o metrô abra logo", lamentou. A Supervia, que opera os trens urbanos, divulgou que não houve transtornos. Alguns trens pararam e foram rebocados por locomotivas. O Laboratório Noel Nutels, que concentra os testes de sangue no Estado, teve um prejuízo de cerca de R$ 100 mil com o apagão. Mil e cem amostras de sangue estavam sendo testadas para dengue e foram danificadas por causa de quatro piques de luz. O mesmo ocorreu com 2 mil amostras para testes de HIV, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus e hepatites. "O prejuízo deve chegar a R$ 100 mil reais e os testes terão de ser repetidos", afirmou o diretor do laboratório, Oscar Berro. O diretor informou que o Noel Nutels tem geradores, mas como o trabalho está em carga máxima por causa da epidemia de dengue, os aparelhos não deram conta do número de máquinas em operação. Em estado de alerta, a Polícia Militar reforçou o patrulhamento nas áreas de grande concentração de lojas e de bancos e não foram registrados incidentes até o início da noite. Cerca de 400 agentes da Guarda Municipal coordenaram o tráfego. Um esquema especial foi montado próximo aos sinais e nos cruzamentos movimentados. Agências bancárias foram fechadas por toda a cidade. A Federação Brasileira de Associações de Bancos (Febraban) informou que as contas que venceram ontem não teriam suas datas alteradas.

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