BRASÍLIA - Responsável pelo diagnóstico sobre o tráfico de armas no Brasil, o delegado Luiz Flávio Zampronha defende, além da melhoria da fiscalização nas fronteiras, uma atuação integrada entre os países do Mercosul no combate a esse crime. Isso para que sejam punidos não só os compradores, mas também os fornecedores de armamentos.
+++ Apreensão de fuzis no Rio sobe 75%
“Não é suficiente o trabalho na fronteira. A investigação tem de envolver as duas pontas, a vendedora e a compradora. Por isso a importância de criar e aprofundar canais de cooperação entre os países”, explica Zampronha. Para ele, esse trabalho conjunto já está avançado em relação a países da União Europeia e aos Estados Unidos. Nesses casos, assim que a PF rastreia uma arma apreendida dessas localidades, o País é acionado para buscar o fornecedor.
+++ Gasto com compra de fuzis para polícia de SP cresce 73 vezes entre 2015 e 2017
Para expandir essa cooperação e melhorar o combate ao tráfico de armas originárias de países vizinhos como Paraguai, Bolívia e Uruguai, o delegado aponta oito sugestões para países do Mercosul. Entre elas a estruturação de um sistema informatizado de controle de armas nesses países para responder aos pedidos de rastreamento, a instauração de ofício para apurar as circunstâncias da saída da armas dos territórios e aumento do controle sobre armas importadas e revendidas.
+++ Câmara aprova projeto que torna crime hediondo posse ilegal de fuzis
Como conclusão, Zampronha também aponta a necessidade de controle dos estabelecimentos comerciais de armas de fogo em regiões de fronteira e a troca de informações sobre furtos e roubos de armas de arsenais públicos. Por fim, o relatório vê necessidade de diminuição nos limites de importação de pistolas, fuzis e munições e pede norma que limite o acesso e venda à população de pistolas e fuzis.