Apesar das obras, risco de enchente do Tietê continua

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

As obras de alargamento e aprofundamento da calha do Rio Tietê, iniciadas em abril e ainda em execução, aumentaram em torno de 10% sua capacidade de escoamento. Mas o risco de enchentes continua. Nesta quarta-feira, com as chuvas, o nível da água chegou perto do canteiro de obras da eclusa do Cebolão. A obra tem barragem e bombas de drenagem para fazer escoar a água em caso de inundação. O secretário de Estado de Energia, Recursos Hídricos, Saneamento e Obras, Mauro Arce, admitiu que pode haver transbordamento do rio no próximo verão. ?Vai depender da chuva?, disse, referindo-se a características como tempo de duração e intensidade e local onde chove. Arce disse que as obras feitas até agora melhoraram a capacidade de escoamento do Tietê. ?Não dá para saber quanto melhorou.? Nos seus cálculos, a vazão do rio na altura do Cebolão, na zona oeste, cresceu de 640 metros cúbicos por segundo para 728 metros. As obras de alargamento da calha, que têm término previsto para agosto de 2004, prevêem o aumento da vazão para 1.048 metros cúbicos por segundo. Até agora foram escavados 1,46 milhões de metros cúbicos de solo e rocha do rio, de um total de 6,8 milhões. Foram retiradas 8.190 toneladas de lixo e detritos, de 151 mil toneladas previstas. Além de 36.190 pneus, de um total previsto de 88 mil. Para o verão 2003/2004, com o andamento das obras, Arce prevê que o escoamento aumentará em 60%. O objetivo das obras é reduzir a freqüência do risco de transbordamento. Elas estão sendo executadas por 12 empreiteiras, com custo de R$ 688,3 milhões. Deste valor, R$ 500 milhões vêm de um contrato de financiamento de 1995, entre o governo do Estado e o Japan Bank International Coopoeration (IBIC). O restante é bancado pelo governo. Chuvas A frente fria que chegou nesta terça-feira ao Sudeste provocou um terço do índice de chuva do mês na capital paulista até as 16 horas desta quarta. De acordo com a meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia Neide Oliveira, foram 41 milímetros de chuva para a média mensal normal de 123,6 milímetros, no Mirante de Santana, na zona norte. As chuvas começaram às 21 horas desta terça-feira, se estenderam até as 3 horas e recomeçaram durante esta quarta. O trânsito ficou complicado, por causa dos alagamentos. O Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Prefeitura registrou 24 pontos de alagamentos durante a madrugada, sendo 10 intransitáveis. Nesta quarta-feira à tarde eram outros 11. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), entre 1h08 e 9h15, o trânsito ficou bloqueado na pista local da Marginal do Tietê, no sentido Lapa/Penha, próximo da ponte Cruzeiro do Sul. Outros pontos de alagamento complicaram o trânsito na pista expressa, sentido Ayrton Senna-Castelo da Marginal do Tietê, sob a Ponte dos Remédios, zona oeste. Também havia problemas sob o Viaduto Washington Luís, na região do Aeroporto de Congonhas, na zona sul e no interior do Túnel do Anhangabaú, sentido Aeroporto-Santana. A CET registrou 85 quilômetros de lentidão no trânsito às 8h30, ante 77 quilômetros no mesmo horário do dia 23, quarta-feira da semana passada. Às 19 horas, a lentidão foi de 93 quilômetros, ante 106 quilômetros no mesmo horário da semana anterior.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.