A Rosas lutou contra o relógio. Uma hora e cinco minutos cravados. Esse foi o tempo do desfile, da penúltima a entrar na avenida. A marca, limite, estava prevista pela diretoria, segundo disse a presidente, que esteve à frente da Rosas durante toda a apresentação no Anhembi. A escola teve um pequeno incidente na comissão de frente. Um dos integrantes não desfilou, mas não foi revelada a razão. "Mas nada que tenha atrapalhado um desfile perfeito e muito técnico", afirma presidente. Com fantasias luxuosas, alegorias com muitos adereços e um samba-enredo que "cola", a escola da Freguesia do Ó levantou o público no Sambódromo do Anhembi. Grande parte da arquibancada balançava bexigas rosas e azuis e batia palmas no ritmo dos passistas. No ar, o cheiro de chocolate, que na verdade se assemelhava mais à fumaça utilizada em danceterias.
Outro otimista com o resultado do desfile foi o astronauta Marcos Pontes, o primeiro brasileiro a ir ao espaço, que desfilou no chão. "A Rosas sempre entra esperando o primeiro lugar. Esse ano temos mais chances. Foi um desfile muito bonito". E para quem acha que não tem nada a ver um desfile de escola de samba e mandar um homem para o espaço, Pontes diz que essa é sim uma boa comparação. Ele conta que tanto no carnaval quanto no lançamento de um foguete, há uma intensa preparação de meses e que tudo isso é voltado para um único momento. "É a mesma coisa: é muito detalhe, muita concentração, para colocar em prática numa só oportunidade", diz ele, que viajou de Houston (Estados Unidos), onde mora com a família para a capital paulista especialmente para desfilar pelas Rosas de Ouro.