Após ataques no Rio, policiais de SP ficam de sobreaviso

O clima é de atenção nas ruas da cidade, embora oficialmente os órgãos de segurança neguem que haja esquemas especiais de segurança em vigor

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Por Agencia Estado
Atualização:

Após os ataques na madrugada desta quinta-feira no Rio, policiais militares em São Paulo permanecem de sobreaviso por medo de que o mesmo venha a ocorrer no Estado. O clima é de atenção nas ruas da capital, com policiais armados e preparados para reagir a qualquer movimento suspeito. Entretanto, oficialmente, os órgãos de segurança negam que haja esquemas especiais de segurança em vigor. Os ataques no Rio resultaram em 18 mortes e 12 ônibus queimados. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) e a Polícia Militar (PM) informaram ao Portal Estadão que os únicos esquemas em vista são os relacionados à corrida da São Silvestre e à virada do ano na Avenida Paulista. A Polícia Civil também negou qualquer alteração em seus quadros de efetivos. A PM paulistana planeja aumentar seu efetivo para a festa de réveillon na Paulista, dia 31 às 19h30, empregando 909 policiais que, segundo comunicado no site da SSP, "visam garantir a segurança de quem se dirige à região, a volta para casa durante a madrugada e ao amanhecer, além de, eventualmente, conter os excessos, normais numa comemoração destas dimensões". O evento deve atrair 2 milhões de pessoas. Para a 82ª edição da Corrida São Silvestre serão mobilizados 2.220 policiais. "Durante todo o evento, policiais realizarão patrulhamento ostensivo a pé, contando com o apoio das Tropas do Policiamento de Choque, do Grupamento de Radiopatrulha Aéreo, da Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas (Rocam), da Força Tática e do Corpo de Bombeiros", anunciou comunicado desta quinta-feira no site da SSP. Momentos de tensão Durante a tarde, a polícia passou por momentos de tensão quando um pacote foi deixado na estação Santa Cecília do Metrô, no Centro. A suspeita de se tratar de uma bomba levou o Metrô a paralisar por 21 minutos o trecho da Linha 3 (Vermelha) entre as estações República e Anhangabaú. Um passageiro, que ainda não foi identificado, deixou um pacote que continha vários outros vazios e com propaganda de pet shop, na plataforma da estação Santa Cecília, um pouco antes das 18 horas. Segundo a assessoria de imprensa do Metrô, os funcionários notaram o embrulho e chamaram o Grupo de Ações Táticas Especiais da Polícia Militar (Gate) e o Corpo de Bombeiros. Incidentes anteriores em vagões fizeram a polícia suspeitar que fosse uma bomba. No sábado, dia 23, uma bomba já havia explodido dentro da linha 2 do Metrô (linha Verde). A bomba estava sob um banco no primeiro vagão do trem que saiu da estação Ana Rosa em direção à Chácara Klabin, mas não provocou feridos porque às 8h50 do sábado não havia ninguém no vagão. Na última segunda-feira, dia do Natal, houve outra explosão, com vítima. Um adolescente de 16 anos foi atingido por uma bomba que estava dentro de um embrulho em um trem da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). A explosão ocorreu no último vagão do trem UB03, na Estação Engenheiro Cardoso da Linha B (Júlio Prestes-Itapevi). O menor teve 70% do corpo queimado, não resistiu e morreu no início da madrugada de quarta-feira. Ataques em SP São Paulo sofreu neste ano com ondas de ataques do crime organizado. A primeira foi em maio. A transferência de líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa que atua principalmente em São Paulo, resultou em ataques e uma megarrebelião em presídios no Estado. Ao todo, foram registrados 293 ataques. Pelo menos 111 pessoas morreram e 43 ficaram feridas, entre vítimas de bandidos e suspeitos atacados pela polícia. Exatos dois meses após a primeira onda de ataques, o PCC levou novamente o terror às ruas do Estado. Em menos de uma semana, foram atacados 174 alvos, causando a morte de 11 pessoas. Em agosto, mais uma onda de ataques, a terceira em menos de seis meses. Os prédios do Ministério Público e da Secretaria da Fazenda tiveram as entradas destruídas por bombas. Além de bases da polícia, sofreram ataques 22 ônibus, 34 bancos e 12 postos de gasolina. Desta vez, foram 185 ataques e oito mortos. Colaborou Pedro Henrique França

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