
17 de fevereiro de 2015 | 15h48
SALVADOR – Além de ter sido a principal responsável por tornar a axé music conhecida no País – e no exterior –, no início dos anos 1990, a cantora Daniela Mercury foi pioneira em diversas ações do carnaval de Salvador. Ela foi, por exemplo, uma das primeiras grandes artistas a abraçar a ideia de desfilar um circuito alternativo na cidade, o hoje consagrado Circuito Dodô (Barra-Ondina), também na década de 1990, e a primeira a instalar, naquela área, um camarote de grande porte – hoje, o circuito da orla da cidade abriga dezenas deles.
A intensa relação da artista com o Circuito Dodô, porém, acabou a afastando do circuito mais tradicional da folia baiana, o Osmar (Campo Grande), onde Daniela voltou a se apresentar, no início da tarde desta terça-feira, após duas décadas de ausência. “É como começar tudo de novo, uma experiência mágica”, comentou a cantora, se dizendo emocionada, ao iniciar seu último desfile na folia deste ano. “Cada lugar deste circuito me lembra de uma canção.”
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Comandando um trio independente (sem cordas), Daniela arrastou a pipoca (foliões sem abadá) enfileirando sucessos de sua carreira, acompanhada de percussionistas do projeto socioeducativo Quebales, conhecido por transformar objetos descartados em instrumentos musicais. Sobre o trio, a cantora instalou alegorias que simulavam um lixão, como um protesto. “Não quero ver mais criança trabalhando em lixão”, disse. “Estudem e procurem conhecimento, para lutar pelos direitos de vocês.”
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